Futebol

Longe dos clichês, Andrade esnoba a Barra da Tijuca e dirige um Gol

Os pés que batem faltas certeiras são os mesmos usados para manter Andrade no chão, agarrado às raízes humildes. Repatriado pelo Vasco, o volante sonha com vôos tão altos quanto o que o trouxe de volta de Portugal, onde defendia o Sporting Braga. Uma chance na seleção é um
deles. Hoje, ele recomeça no banco de reservas a sua trajetória no clube, contra o Corinthians, às 20h30m, em São Januário.

— Não me incomodo de ficar no banco. Estou 100% fisicamente e tenho condições de entrar no segundo tempo — afirmou Andrade.

Jogador assegura que briga pela vaga será sadia A temporada de quase um ano em Portugal serviu para Andrade entender um pouco mais sobre a forte ligação do Vasco com a colônia lusitana.

A bagagem retornou ao Brasil pesada, cheia de cultura, mas o jogador assegura que continua com a consciência leve, com a certeza de estar apenas no início da sua viagem:

— Não faço questão de ser reconhecido. Ando de chinelos e trato
todos de maneira igual. São as minhas raízes, fui criado assim. A fama faz bem para o ego? Faz. Mas não é tudo. A seleção, por exemplo, é um sonho para todos, mas realidade para poucos. Para mim, ainda é um sonho que pode se tornar real no futuro.

Ao contrário da maioria dos seus colegas de clube, Andrade evita os clichês do jogador de futebol. Mora na Tijuca, e não na Barra, e dirige um Gol.

— Barra é ilusão. Para que morar na Barra, a trinta quilômetros de São Januário?

No ano passado, foi eleito o segundo melhor volante do Brasileiro. Exímio cobrador de faltas, marcou cinco vezes dessa maneira. Ao fim do campeonato, preferiu voar em direção à transferência. Agora, vai brigar pela posição no meio, que hoje será formado por Amaral, Perdigão e Conca. Na zaga, Jorge Luiz está de volta.

— A disputa pela vaga será sadia — assegurou Andrade, certo de que seus pés o levarão muito longe na carreira.

Vasco: Sílvio Luiz, Vilson, Júlio Santos e Jorge Luiz; Wagner Diniz, Amaral, Perdigão, Conca e Guilherme; Leandro Amaral e Alan Kardec.

Corinthians: Felipe, Édson, Fábio Ferreira, Zelão e Carlão; Ricardinho, Vampeta, Willian e Gustavo Nery; Everton Santos e Clodoaldo.

Juiz: Sérgio da Silva Carvalho (DF).

Fonte: O Globo