Futebol

Lições da eliminação ajudam Vasco a recuperar o otimismo

O aborrecimento e a frustração pela eliminação da Taça Rio parecem ter ficado para trás. São Januário teve ontem uma tranqüila tarde de reflexão e de conclusões, que levantaram o astral para o jogo de amanhã, contra o criciúma, pela Copa do Brasil, em São Januário. Numa sincera meaculpa, Pablo, que perdeu o último pênalti contra o Fluminense, mostrou maturidade e sensibilidade ao falar sobre a cobrança na trave: — Tive um domingo tranqüilo, mas poderia ter sido mais feliz se não tivesse perdido o pênalti. Isso não vai mudar minha carreira, mas foi uma lição.Tenho certeza de que não vou ser mais o mesmo.

Vou me esforçar cada vez mais para, no dia seguinte, ser sempre melhor do que fui na véspera — prometeu Pablo.

A derrota também deixou lições, marcas e conclusões em profissionais experientes como Edmundo. Ele ficou com a convicção reforçada de que o futuro do time não pode estar desvinculado de muita luta.

— Estamos tentando passar para uma próxima fase da Copa do Brasil, competição que o Vasco nunca conquistou. Sabemos que temos nossos limites e que no sábado só superamos as dificuldades com uma vontade que foi reconhecida pela torcida. Por isso, temos que aproveitar o fator campo contra o Criciúma. Os jogadores estão precisando de um afago, de carinho.

Ao tocar num assunto um tanto delicado em São Januário, a fragilidade do time, ele mostrou que concorda com o presidente Eurico Miranda, que disse que o Vasco está precisando de um homem-gol.

— Uma das grandes vantagens do nosso grupo agora é que todos estão trabalhando com vontade e se entendendo.

O clube está pagando em dia, isso é bom. Apesar desse bom entendimento, também acho que estamos precisando de mais definição para as jogadas que estão sendo criadas. Pode ser que esse homem esteja aqui, com Alan Kardec ou Jean.

Ou vindo de fora, mas o certo é que precisamos de um pouco mais qualidade lá na frente.

Um zagueiro experiente e um lateral-esquerdo também seriam muito úteis.

Visita de Jardel ajuda a melhorar astral de Edmundo Por coincidência, o artilheiro Jardel, que estava no futebol australiano e agora se recupera de uma contusão em Fortaleza, sua terra natal, apareceu em São Januário. Aos 34 anos, Jardel conversou longamente com Edmundo em campo.

Disse que não estava em São Januário atrás de emprego.

Mas, se o Vasco precisar...

Edmundo gostou da visita do amigo, que alegrou sua tarde de segunda-feira. Mas não escondeu sua decepção por não ter ficado em campo contra o Fluminense até o fim.

— Fiquei surpreso. Tinha tido 100% de aproveitamento nas cobranças. Mas, pela minha admiração pelo Lopes, não falei nada. Acho que ele cometeu um pequeno erro, um pequeno pecado ao botar o Pablo no fim. Mas eu o vi fazendo a ordem dos batedores.

Não falo por achismo, estava atrás do Lopes, vi o papel na mão dele. Foi um erro meio sem querer. Primeiro, ele botou o Morais, depois o Tiago.

Aí, consultou o Miguel (auxiliartécnico), que sugeriu Wagner Diniz e Souza. Por último, foi o Pablo. Ele deveria ter cobrado mais no início, quando a pressão é menor.

Segundo o próprio Edmundo, Lopes vai ter problemas para escalar o time para amanhã.

Além dos zagueiros Luizão e Vílson, Leandro Bomfim e Jean estão com problemas musculares.

Fonte: O Globo