Libra e LFF realizam reunião para organizar Séries A e B do Brasileirão
A primeira reunião entre Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) durou pouco mais de duas horas nesta segunda-feira, em um restaurante em São Paulo, e ficou claro que a conversa deixou os dois lados otimistas de que a união não está tão distante assim.
A LFF levou propostas e projeções para o outro bloco, que também colocou seus pontos mais importantes. Alguns deles já foram tratados até como "encaminhados" após o encontro.
Agora, os dois blocos vão analisar o que foi tratado internamente e possivelmente marcar um novo encontro com o staff técnico de ambos os lados.
Entre os obstáculos, divergências quanto ao rateio de cotas de transmissão, critérios para as variáveis - como performance esportiva, audiência e engajamento -, e valor destinado aos clubes da Série B.
Mas, do ponto de vista político e de aproximação, a conversa representa o primeiro passo rumo a um consenso que permita aos 40 clubes das Séries A e B do Brasileiro formar uma liga única para organizar os campeonatos.
Um dos pontos em que houve melhor entendimento e praticamente se chegou a um denominador comum foi estabelecer que o primeiro colocado na divisão de receitas não receba mais do que 3,5 vezes o que receberá o último da fila.
- Esse é um ponto-chave e houve sim um encaminhamento, mas sem dúvida esse ponto foi discutido, houve um consenso, mas para validar com o restante do grupo - disse Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, que integra a LFF.
Duílio Monteiro Alves, presidente do Corinthians e um dos representantes da Libra na reunião, viu avanço no sentido de esclarecer as divergências e disse acreditar que um consenso para formação de uma liga com os 40 clubes pode acontecer ainda em 2022.
- São detalhes, a divisão de receitas é uma coisa importante, mas acho que estamos próximos. Nem todo mundo estará satisfeito sempre, tem de ceder um pouco, mas todos estão dispostos a isso. Então se cada um ceder um pouquinho, em breve teremos os 40 clubes juntos. É difícil colocar prazo mas eu particularmente tenho muita confiança de que conseguiremos isso este ano ainda.
O dirigente explicou ainda como foi o encontro desta segunda-feira:
- Existem algumas divergências de forma de pensar, mas acho que conseguimos esclarecer muitas delas. Vamos levar aos outros clubes para discutirmos internamente para depois sentarmos novamente e termos aí um consenso, que é o que todo mundo espera. Foi muito melhor a conversa, todos sabem da necessidade da liga, todos os clubes são a favor. O que temos são divergências, são 40 clubes, é normal, mas acho que estamos cada vez mais próximos de um consenso.
Paz explicou os pontos que foram abordados nessa segunda-feira:
- Falamos de divisão de receitas, critério de valor para Série A e B, composição de votação para mudanças estatutárias, mas não vou ser muito específico porque vamos levar para os grupos, validar os pontos de entendimento para quem sabe chegar a um consenso final. Saímos com uma pauta comum para buscar uma validação de todos os clubes. Nós representávamos aqui dois grupos. Entendo que esses pontos sendo aceitos, vai prevalecer a união entre os clubes. Aí, dentro de uma liga formada, pode se discutir pormenores. Os pontos chave, as premissas, foram discutidas hoje.
A Libra, até então fechada para negociação dos termos que incluiu no seu estatuto, concordou em ouvir o outro lado que, por sua vez, sonda o terreno para identificar pontos em comum e questões que podem ser resolvidas em eventual negociação em um futuro próximo.
- Muita coisa se avançou, cada grupo colocou os seus pontos, acho que teve um bom encaminhamento. Agora cada um levará para o seu pessoal e voltar a discutir. Acho que foi muito produtiva a reunião. Não se fala em valores, mas em conceitos e premissas da liga - disse Andrés Rueda, presidente do Santos e membro da Libra.
A LFF foi representada pela comissão que já havia sido formada antes mesmo da homologação da liga: Fluminense, Internacional, Atlético-MG, Fortaleza, e Francisco Battistoti, presidente da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), da qual fazem parte a maioria das agremiações da Série B que aderiram à LFF. O América-MG também faz parte da comissão, mas não enviou dirigentes. Já a Libra teve como representantes Duílio Monteiro (Corinthians), Andrés Rueda (Santos), e Thiago Scuro (Bragantino).
A Libra hoje é formada por: Grêmio, Botafogo, Flamengo, Vasco, Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino, Guarani, Ponte Preta, Novorizontino e Ituano. Os membros da LFF são: América-MG, Atlético-MG. Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Brusque, Ceará, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sampaio Côrrea, Sport, Tombense e Vila Nova.
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