Futebol

Libra deve estender 'cláusula de proteção' aos clubes da Série A

Está prevista para essa sexta-feira pela manhã, em assembleia geral online da Libra, passo para entendimento de eventual futura liga brasileira de clubes. Vai para votação proposta de alteração do estatuto da Libra que amplia a garantia mínima de receitas proporcionais para todos os 20 participantes da Série A de 2025, a primeira que seria organizada por uma liga sem a CBF.

A garantia mínima, conhecida como cláusula de estabilidade, anteriormente atendia apenas a Flamengo e Corinthians e gerava discodância nos outros participantes da Libra, que são Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

A cláusula de estabilidade, prevista no estatuto da Libra, prevê que caso as receitas totais arrecadadas para a edição de 2025 da nova liga brasileira fiquem menores ou iguais à da edição deste ano (2023) - estimada em pouco mais de R$ 2 bilhões -, a divisão dos valores siga nas mesmas condições proporcionais daqui a dois anos (2025).

A notícia da possibilidade de mudança no estatuto da Libra foi publicada anteriormente pelo portal "Uol".
 

Como é a divisão de receitas

O estatuto da Libra prevê nos seguintes moldes a direção das receitas, em caso de valores de eventual futura liga com valores iguais ou menores ao da edição de 2023 do Brasileiro - cenário considerado improvável pelos dirigentes da Libra:

  • 40% divididos igualmente entre todos
  • 30% distribuídos de acordo com a audiência
  • 30% de acordo com a posição na tabela

Caso o total de receitas fique entre os valores atuais e R$ 4 bilhões essa divisão se mantém. Mas se for superior, a divisão ficaria da seguinte maneira:

  • 45% divididos igualmente entre todos
  • 30% distribuídos de acordo com a audiência
  • 25% de acordo com a posição na tabela

Um detalhe importante sobre a divisão de acordo com a posição da tabela é que ela prevê a média das últimas três edições do Brasileiro. O que era desejo dos clubes participantes também para o caso de queda para a Série B não sofrer tanto com a diferença de receitas.

Com essas divisões, a previsão dos dirigentes da Libra é que a maior diferença possível entre o campeão e o último colocado do campeonato alcance total de 3,3 vezes. Em efeitos práticos, se o lanterna for também o time de pior audiência e recebesse total de R$50 milhões da futura liga, o campeão e time de maior audiência levaria R$ 165 milhões.

Conversas desde 2020

A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) montaram grupos desde 2020, quando se iniciaram as conversas com 40 times das Séries A e B. Depois de longas conversas, recentemente representantes dos dois grupos consideram estar mais próximos de um denominador comum. O desejo de ambos é tentar ainda um acerto até o fim do primeiro semestre.

O ponto principal de divergência é sobre divisão dos direitos da competição. A LFF quer um equilíbrio mais imediato nas cotas de televisão, enquanto a Libra propõe uma evolução gradativa, embora já com um início menos discrepante do que o atual.

OS BLOCOS

São membros da Libra: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

São membros da LFF: ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense

Fonte: ge