Futebol

Lembra dele? Léo Gago relembra passagem pelo Vasco

A perna canhota, dona de um chute potente e preciso, fez Leonardo David de Moura se destacar e o levou a clubes tradicionais do futebol brasileiro, como Vasco, Grêmio e Palmeiras. Foi a gagueira, porém, que o transformou em atração obrigatória na resenha de vestiário dos vários elencos pelos quais passou e que definiu seu nome de guerra como jogador: Léo Gago.

Reconhecido tanto pelos arremates de fora da área como pelo bom humor no dia a dia, Léo Gago coleciona passagens também por clubes de médio e pequeno porte, dentre eles o Mineiros, time da região sudoeste de Goiás e que ele defendeu ainda no início de carreira, em 2004. Nesta temporada, o volante retorna ao futebol goiano após 12 anos, desta vez para jogar no Itumbiara. Mais à vontade e fluente na hora das entrevistas, Gago aprova a volta às origens de sua trajetória no esporte e até faz questão de brincar com a própria dificuldade na fala.

- É uma satisfação imensa voltar ao futebol goiano. Espero ser feliz como fui antes. Estou mais experiente e com a cabeça no lugar. Quero passar isso e outras coisas que vivi aos companheiros, que adoram me sacanear. O pessoal gosta de brincar com o fato de seu ser gago, mas levo na esportiva, pois acaba deixando o ambiente descontraído.

Aos 32 anos, Léo Gago se diz bem resolvido e desencanado quanto ao fato de gaguejar. O apelido, que até já se confunde com nome verdadeiro, lhe foi dado por uma amigo no início de carreira e também não preocupa. Para o volante, foi-se o tempo em que esquentava a cabeça com isso.

- Quando a gente fica mais velho, fica também mais tranquilo. As palavras vão saindo mais fácil. Só quando os caras ficam zoando é que acabo ficando nervoso e dou uma gaguejada. Não tenho nenhum truque (para controlar a gagueira). Já me disseram que ler bastante é bom. O duro é parar para fazer isso com duas crianças em casa. Não tem como. Quando chego ainda tenho que jogar bola com os filhos - conta o atleta, natural de Campinas (SP).

Leozinho, o mais velho, é frequentador assíduo dos treinos do Itumbiara. Léo Gago costuma levá-lo ao estádio Juscelino Kubitschek, onde o clube se prepara e manda jogos do Goianão, e o garoto faz a festa com os demais jogadores. No vestiário ou no campo, alegra a rotina do pai, que não pensa em aposentar por agora.

- Tenho o seguinte pensamento: não quero passar vergonha no futebol. Então, pretendo jogar mais dois ou três anos e depois começar a estudar. Fazer alguma coisa. Quando eu sentir que estou passando vergonha e que não aguento mais o ritmo em campo, aí vou pedir para sair.

Léo Gago garante que falar "Itumbiara" não foi um problema. Como a palavra faz parte do cotidiano do volante, não entrou na lista das mais difíceis, as quais ele evita revelar.

- A palavra mais difícil é a que não está no subconsciente. A palavra que já está gravada sai mais fácil. Quando é uma palavra nova na hora de falar, aí você se complica. Eu me complico todo. As que estão no subconsciente saem fácil. Palavra diferente é difícil. Se for querer complicar...

Antes de acertar com o Gigante da Fronteira, como é conhecido o Itumbiara, campeão goiano em 2008, Léo Gago esteve por último no América-RN e no Bragantino, ambos em 2015. O volante guarda boas recordações dos tempos de Coritiba e Avaí, clube que o projetou nacionalmente, e lamenta apenas não ter conseguido ser campeão vestindo as camisas de Grêmio e Vasco, entre 2010 e 2012.

- Queria ter ganhado títulos no Grêmio e no Vasco, mas não foi possível. Consegui ganhar no Palmeiras. Foi uma Série B, mas não deixa de ser um título. Fui muito feliz também no Avaí e no Coritiba. O mais importante é que deixei amigos por onde passei - conclui.

Fonte: ge