Futebol

Lédio Carmona comenta Vasco 0 x 1 Resende

\"\"É preciso ter bom senso de todos os lados. Serenidade não é uma via de mão única. Assim, no intervalo, Carlos Alberto reclamava de perguntas da imprensa. Com tantos anos de estrada, já deveria ter compreendido que a vida não é feita apenas de elogios. Felipe, ainda mais veterano, pedia paciência ao torcedor no fim da partida e também lamentava as vaias. Ora, bolas. O Vasco estreia em casa contra o Resende, perde por 1 a 0 e ainda se clama por boa vontade das arquibancadas. Nunca foi assim. Nunca será assim. Não houve violência. Não houve agressão. Só xingamentos. Apupos. No fundo, desabafo. Ninguém gosta de perder. Ninguém curte ficar por baixo. Ninguém fica feliz quando observa que o ano pode ser ainda mais difícil do que passou. Da mesma maneira que se pede trégua, é preciso entender o desespero de quem sofre por futebol. É o mínimo que se espera de quem mostrou tão pouco em campo.

O Vasco não funcionou. Sentiu os desfalques. Sentiu falta de ritmo e entrosamento. Sentiu o cansaço. Tudo é compreensível. O Resende jogou muito bem. O o meia Gabriel, de apenas 17 anos, é excelente. Tão bom quanto foi Alexandro, autor do gol de cabeça que selou a vitória do Resende, aos 42 minutos do segundo tempo. Gostei mesmo do time visitante. Bem postado, bem treinado e com bons jogadores. Mas a casa era do Vasco. O grande era o Vasco. A maioria da torcida, óbvio, era do Vasco. Só faltou um grande futebol.

Dedé deixou a defesa órfã. Rômulo está sendo perseguido pelos torcedores. Sentiu a partida. Eduardo Costa fez falta, até porque Gabriel e Alexandro jogaram livres boa parte do tempo. Felipe ainda está sem ritmo. Carlos Alberto corre, mas não solta a bola. Quer resolver sozinho. E irrita os torcedores. No ataque, Eder Luis busca a forma de 2009. É bom jogador. E Marcel, sinceramente, é um centroavante que jamais me empolgará (nem convencerá).

Não acho que o time do Vasco seja tão ruim. O goleiro é excelente. Os laterais são bons. Dedé e Anderson Luiz formam uma ótima dupla de zaga. Falta acertar o meio e buscar um centroavante. Zé Roberto não quer ficar. A diretoria não deveria insistir. Não quer, boa noite e boa sorte. E, mesmo nas dificuldades e com um time mediano, o mais importante (e digno) e entender e respeitar a tristeza do torcedor. O vascaíno, como qualquer torcedor de clube grande, se acostumou a ganhar. E odeia perder. Não deve ser tão difícil aceitar essa realidade. O Vasco é grande. E sua torcida, ainda maior. O resultado é importante. Entender suas consequências e repercussão diante de quem interessa, ainda mais.

Fonte: Blog do Lédio Carmona