Ledio Carmona analisa a vitória do Vasco contra o Coritiba em SJ

É lógico que o torcedor quer sempre mais. Se tem um, pede dois. Se ganha A, clama por B. Mas 1 a 0 às vezes é mais do que satisfatório. Foi o que esse placar que o Vasco venceu o excelente time do Coritiba, em São Januário, no jogo de ida pela final da Copa do Brasil. Pelo que foi a partida, o resultado é excelente. E vantagen, boa. O Vasco jogará pelo empate no Couto Pereira e, se fizer gol, pode até perder por um gol de diferença. Como não achar esse trunfo bom, até mesmo diante das dificuldades que o Coxa impôs na Colina? Pela qualidade do Coritiba e pelo fator campo, a final está absolutamente aberta. No Rio, um empate não seria nada demais. Os paranaenses jamais se esconderam. Impuserem contra-ataques em sequência. Terminaram em cima dos anfitriões e perderam gol aos 47 minutos (Emerson). Fiquem certos que teremos uma volta dramática no Alto da Glória. Até porque, repito, há muito mais virtudes do que defeitos de ambos os lados. Dois times em excelente fase. E que, mais do nunca, confiam em suas possibilidades. A Final das Reconstrução se transformou no Desafio do “Eu, acredito”. Lembro mais uma vez: está em permanente delírio aquele que entende que o placar foi magro para o Vasco. Numa decisão como essa, um pingo d´agua pode ser suficiente para matar a sede de muita gente.

O Vasco não jogou tão mal. Mas também não jogou tão bem. O Coritiba jogou bem. Mas tem condições de jogar mais ainda. Na verdade, a ansiedade atrapalhou os dois lados. Melhor no primeiro tempo, o Coxa soube marcar o rival, teve contra-ataques à disposição, mas errou demais no passe final. O Vasco tinha os passes de Felipe a movimentação de Diego Souza. Por outro lado, Bernardo destoava. E a falta de Eder Luis era sentida.

E, nos 25 minutos em que de fato foi melhor do que o Coritiba, o Vasco fez seu gol. Jogada de Diego Souza com Bernardo. Cruzamento de Allan e antecipação de Alecsandro, chamado de AlecGol pelo torcedores, para dar a vantagem. Depois, o Vasco recuou e levou sufoco. Mas ganhou de um forte adversário. Que jamais desistiu. E que antecipou o que virá pela frente no segundo rounda do Couto Pereira. Decisão entre gigantes. Se falou técnica em alguns momentos, sobrou entrega e comprometimento. O Vasco, invicto há 20 partidas, está a um empate para voltar a ser campeão. E o Coritiba, incansável, grande e corajoso, tem 90 minutos para provar que tudo o que alcançou até agora em 2011 não veio por acaso. Prepara-se para ver a história. A Batalha do Alto da Glória será inesquecível e, mais do que nunca, dos fortes.