Juninho rejeita coroa no Recife: "Não acho que mereça tanto"
O sucesso alcançado por Juninho Pernambucano no futebol o transformou em ídolo por onde passa. E mesmo o clube que não o viu em campo com frequência só guarda boas recordações. Criado no Sport, o meia acredita que o carinho seja até exagerado, já que não pôde contribuir com mais do que um título estadual e uma Copa do Nordeste, ambos em 1994. Nesta quarta-feira, doze anos depois de sua última partida em sua terra natal, o camisa 8 defende o Vasco diante do Rubro-Negro pelo Brasileirão.
- Não acho realmente que mereça tanto. Represento um jogador que iniciou no Sport e depois teve uma carreira muito boa em outros lugares. Outros jogadores foram mais marcantes, a geração que ganhou a Copa do Brasil (2008) e o Brasileiro de 1987, por exemplo. Tantos grandes times que merecem mais. Mas por ter começado no Sport, ter sido campeão no início, recebo esse carinho. Vou sempre ser grato e torcedor do clube. Acabei retornando ao Vasco, que me destacou para o cenário nacional, mas poderia ter sido o Sport - comentou Juninho.
As dificuldades aguardadas pelo Reizinho, embora o rival não vença há cinco rodadas, têm a ver justamente com a lealdade que costuma vir da arquibancada da Ilha do Retiro.
- A torcida do Sport tem paciência com o time, sempre espera um próximo jogo, tem esperança. E, se pegarmos a média de público, independentemente da posição na tabela, sempre é uma das melhores. Não vão largar o time agora, antes da metade da competição. Nosso momento é bom e, por isso, considero que nossa equipe tem tudo para conseguir um grande resultado - aposta Juninho, que só lamenta não ter desfrutado mais do passado.
- Como é rápido o futebol, não é? O tempo passa, e a gente acaba não aproveitando os momentos mais marcantes. Se tiver que que me arrepender de algo, é isso. Estamos sempre pensando à frente, no próximo desafio, e deixamos muito para trás - disse.
A ligação com o Recife é uma das razões que fazem o meia ser reconhecido. Ele lembra que jamais deixou de visitar a família, apesar das poucas oportunidades de jogar no estado.
- É muito especial para mim. Revejo amigos que só me veem pela televisão. Sempre vim para cá, em todos os anos desde 1995, quando fui para o Vasco. Disputei um amistoso beneficente, mas profissionalmente faz doze anos... Espero que vença o melhor.