Juninho Pernambucano: "Quero voltar, mas não posso roubar o Vasco"
IDADE: 34
LUGAR: Oriente Médio (entrevista por e-mail)
COMEÇO: Sport
VIVEU O AUGE POR: Vasco e Lyon, da França
ATUALMENTE defende o Al-Gharafa, do Qatar
O último grande ídolo vascaíno ainda em atividade vive um dilema, talvez o maior de toda sua vitoriosa carreira. Juninho Pernambucano sonha em vestir mais uma vez a camisa do Vasco, mas teme que as pernas possam não sustentar o sonho. Aos 34 anos, o apoiador revela angústia diante da proximidade do fim da carreira.
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Juninho abre o jogo a respeito do cansaço físico que o faz repensar o contrato de dois anos com o Al-Gharafa, do Qatar.
Ao mesmo tempo, a saudade de São Januário aumenta e o Reizinho da Colina não se vê abandonando o futebol sem antes voltar para casa. O show da torcida vascaína na Série B não foi capaz de surpreendê-lo: Sem fazer média, ela é a melhor do mundo.
Bruno Marinho: O que você achou do acesso e da conquista da Série B pelo Vasco?
O Vasco voltou para o lugar onde ele tem sempre de estar. Foi legal ver a torcida sentindo a emoção de todo aquele jogo no Maracanã com 80 mil pessoas. Isso não é surpresa para mim. A torcida do Vasco é a melhor do mundo, falo sem querer fazer média. Nunca vi uma torcida valorizar seus jogadores como a do Vasco. Claro que toda torcida cobra muito, mas ela reconhece muito. Sei muito bem o que o Carlos Alberto sente quando diz que nunca havia sido tão amado antes.
B.M: Houve algum destaque?
Sou fã do Carlos Alberto, é jogador que pode ser titular da Seleção, mas que precisava de uma estabilidade na profissão. Ele a alcançou no Vasco. O grupo todo está de parabéns, mas cito o Carlos porque ele é um grande jogador. Quem sabe não atuamos juntos daqui a um tempo?
B.M: A tabelinha sai em 2010?
Eu acho difícil voltar em janeiro porque a temporada no Qatar não acaba agora. Eles contam comigo, não posso abandonar o barco. Mas existe a possibilidade, quando chegar no mês de maio. Vou descansar, vou ver o que fazer. Eu tenho um sonho muito grande de voltar a jogar pelo Vasco. Mas não quero voltar pelo nome. Eu não quero roubar ninguém, muito menos o Vasco. Meu corpo já está dando sinais de cansaço, não me sinto mais o mesmo de antes.
B.M: Está chegando a hora de pendurar as chuteiras?
Está sendo muito difícil pensar na aposentadoria. É muito difícil parar de jogar, eu gosto muito do futebol. Essa minha passagem pelo Qatar está sendo importante, pois tenho tempo para pensar com menos pressão. Se eu puder voltar para o Vasco, será com o coração. Não haverá problema algum para assinar contrato. O Rodrigo Caetano me deixou muito à vontade, ele fez de tudo para que eu voltasse no meio do ano. E pensei em ir, mas eu não podia. Eu estava incomodado com a pressão do futebol de alto nível.
B.M: Como você imagina ser viável o seu retorno para o Vasco?
Quero fazer parte do elenco do Vasco e deixar o treinador bem à vontade, não quero que ele tenha a pressão de me colocar para jogar. Não estou dizendo que estou jogando mal, porque ainda consigo definir alguns jogos. Uma coisa é fazer 20, 25 jogos importantes. Não tenho condições físicas e psicológicas de encarar um ano de 50, 60 jogos como é no Brasil.
B.M: Voltar para o Vasco é o que lhe falta para completar sua história como jogador?
Pelo coração, eu já tinha voltado. Não preciso fazer média, disputei quase 300 jogos pelo clube. Não haveria problema para assinar, nada disso. Sonho em um dia voltar a pisar em São Januário. Quando eu vi aquele jogo do acesso, sonhei e pensei em como eu gostaria de estar dentro de campo pelo menos por alguns minutos para poder estar sentindo tudo aquilo.
Confiança
\"Deram tempo ao Dinamite e ele se encaixou como presidente. Acho que ninguém fez mais pelo vasco e nem fará. É o maior ídolo da história.\"
Cobrança
\"A maior cobrança para eu voltar está em casa. Minha filha Giovana sempre me pede isso. Quero ainda mostrar às outras o que é ser Vasco.\"
O namoro da volta
Primeiros contatos Rodrigo Caetano, desde que chegou ao Vasco, mantém contato com Juninho, com quem jogou no Sport no fim da carreira. Com o fim da temporada européia, surge o convite.
Juninho é seduzido.
Água fria
Juninho sente necessidade de passar mais tempo com a família. O apoiador decide acertar com o Al Gharafa, do Catar, e adia sonho da torcida vascaína.
Esquenta de novo Juninho se mostra muito empolgado com a chance de voltar para o Vasco para disputar o Brasileiro em 2010, mas está preocupado com a alta exigência física do calendário nacional. Volte, ídolo!
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