Futebol

Jumar, Léo Gago, Rodrigo Pimpão e Jéfferson cotados para deixar o Vasco

De fora do time titular por enquanto, Carlos Alberto tem lugar garantido dentro do Vasco.

Líder carismático, ocupa um espaço nos corações e nas cabeças dos torcedores que compraram as réplicas de suas tranças. Enquanto as madeixas verdadeiras cresciam e eram pintadas de branco, ele se recuperava de uma lesão. A passagem dos dias ficou marcada no comprimento dos cabelos e nos ponteiros da balança.

Ganhou muitos fios e alguns quilos. Nada que tirasse o peso de sua responsabilidade.

Agora, ele desafia uma máquina, que analisa a condição física dos jogadores, e as palavras do técnico Paulo César Gusmão, que disse não acreditar que ele possa ser titular domingo, contra o Vitória.

— Ele disse isso no último domingo? Vamos ver se ele não vai mudar de ideia — declarou Carlos Alberto.

A frase pode soar rebelde, mas as palavras que saem de sua boca são de autoconfiança, inspiradas no argumento de que atingiu a condição física ideal com muito treino. Se falta ritmo de jogo, ele quer recuperálo da melhor maneira: em campo desde o início, e não como reserva que entra no decorrer da partida, como aconteceu contra o Flamengo.

— Eu sou muito positivo quanto ao que posso fazer pelo time quando entro em campo desde o início. Quando entro no decorrer do jogo, é mais difícil — explicou.

Hoje, Carlos Alberto disse que vai chegar no treino em São Januário um pouco mais cedo para fazer um teste físico.

Ontem, ele marcou um gol e se movimentou muito bem no jogo-treino contra o Bangu, que terminou 4 a 0 — os outros três foram de Élton. O capitão explicou que PC Gusmão se orienta pelas informações de uma máquina de avaliação física na hora de escalar o time.

Como se fosse um detector de mentiras, o aparelho não deixa dúvidas.

— Eu me sinto bem. E meus testes estão bem. O PC cobra muito. E, com ele, só vai jogar quem estiver bem. Ele usa este aparelho que analisa o desempenho de cada um. E não tem nem como dar uma “roubadinha”, porque vai aparecer no computador — disse o jogador.

Como justificativas para a sua pretensão, Carlos Alberto lembra do clássico contra o Fluminense este ano e ironizou aqueles que o criticaram por apresentar uma silhueta mais robusta.

— O melhor exemplo foi aquele jogo com o Fluminense, para o qual pouco treinei, e joguei os 90 minutos. E não estou pesado. Agora, fiquei três meses parado e, se não voltasse um pouco acima do peso, eu seria um mágico — afirmou o jogador.

Outro fator a favor de Carlos Alberto foi a sua participação no puxado treino físico de ontem pela manhã na praia da Barra da Tijuca.

— Participei do treino na praia e fiz gol no jogo-treino, o que dá confiança. Se um treinador olhasse para mim agora, ele me escalava. Mas jogo é diferente — afirmou.

Clube fecha patrocínio

Em compensação, Zé Roberto, com dores musculares, não participou da atividade na praia. Titi, que não enfrentou o Flamengo, sofreu estiramento na virilha direita e está fora do time por 15 dias. Fernando será o zagueiro, ao lado de Dedé, como no clássico contra o rubro-negro, no Maracanã.

Com várias opções em um inchado elenco com 40 jogadores, alguns deixarão o clube em breve. Entre os mais cotados estão Jumar, Léo Gago, Rodrigo Pimpão e Jéfferson, que ontem chegou a ser anunciado pelo Avaí.

— O desafio do Vasco hoje é relacionar 18 jogadores para uma partida. É um problema bom, causado por um elenco com grandes jogadores. Eu, por exemplo, nunca me senti reserva. Só esperava a oportunidade — declarou Fernando.

Fora de campo, o clube começa a resolver seus problemas financeiros. Um contrato com uma empresa de bebidas deverá ser anunciado amanhã.

O Vasco receberá cerca de R$ 2,5 milhões para exibir peças publicitárias em São Januário, sem exposição no uniforme.

Para Carlos Alberto, que junto com Fernando passou pelo purgatório da Série B, e penou no início do Brasileiro, quando o fantasma do rebaixamento voltou a assombrar, é um alívio poder sonhar com dias melhores: — Vamos brigar lá em cima da tabela. E não é porque é o lugar onde o Vasco merece estar.

É porque podemos.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo