Judô: Lutadores dentro e fora do tatame são promessas vascaínas
O Vasco da Gama sempre foi gigante em todos os esportes e durante sua história carregou a tradição de formar atletas e cidadãos completos, mostrando ainda mais a força do DNA social do clube. O Cruzmaltino sempre cedeu grandes atletas, em diversas modalidades, para a Seleção Brasileira em importantes competições.
Seguindo a série sobre os atletas do Judô, nesta terça-feira (29/9) o Site Oficial vai apresentar um pouco da história de dois irmãos que lutam pelo clube e que são promessas dentro da modalidade. Uma delas é a judoca Jamilly Elídio tem 14 anos e contou sobre como iniciou a trajetória dela com o judô e da relação de gratidão com o clube que abriu as portas para ela.
- A minha história começou ainda na escola. Eu fazia ballet, mas não gostava muito. Pedi para a minha mãe para eu fazer outro esporte. Logo depois comecei a praticar judô com uma professora. Eu iniciei na modalidade junto com o meu irmão e a minha prima. Fiquei motivada, percebi que estava gostando e fui me entregando cada vez mais. Depois fui convidada para equipe e não parei de evoluir - disse, antes de completar:
- O Vasco me ajuda muito pagando as minhas viagens, pois os meus pais têm dificuldades financeiras e eu moro em comunidade. Foi o clube que proporcionou todas essas experiências na minha vida. Sou muito grata ao Vasco da Gama e a equipe Umbra. Tenho certeza que me esforço bastante, luto demais para honrar essa história, sei que quero continuar vivendo essas oportunidades e sendo campeã.
O irmão da Jamilly, Victor Hugo, tem 12 anos e também é atleta do Vasco. O jovem já se destaca na categoria dele e contou o motivo de ter escolhido o judô:
- Eu comecei no judô bem criança. Lembro que eu tinha uns cinco ou seis anos. Minha irmã ficava o tempo todo no celular e teve um momento que ela viu alguns vídeos de judô. Nisso ela ficou insistindo, lá em casa, com a ideia da gente treinar. A Jamilly começou a praticar o esporte e eu gostava de acompanhá-la. Eu ia aos treinos com ela e fui gostando demais, até que também iniciei no judô e hoje é a minha prioridade.
Infelizmente, mesmo com pouca idade, Victor Hugo enfrenta obstáculos na sua caminhada. Ele finalizou explicando com o bullying e falando sobre o objetivo dele na luta:
- Como eu sou pequeno e de comunidade, muitas pessoas não acreditam em mim. Já passei por inúmeras situações de preconceitos. Eu era chamado de favelado. Isso só serviu para me incentivar a querer vencer cada vez mais. Por outro lado, sei que tenho muito orgulho da minha história e pretendo continuar crescendo dentro da modalidade para ser um multicampeão de competições de peso.
VISITA AO CALDEIRÃO E ENCONTRO INESPERADO
Antes dos irmãos se despedirem da reportagem, eles esbarraram com os jogadores do futebol profissional nas dependências do Complexo Esportivo de São Januário. Foi um momento de muita felicidade para os jovens que quiseram tirar fotos e conversar um pouco. Eles destacaram que é importante essa convivência entre atletas de áreas diferentes. Os jovens destacaram que viver isso no dia a dia é um privilégio e uma forma de aprendizado.