Clube

José Pinto Monteiro fala sobre trabalho social, Colégio e Museu do Vasco

José Pinto Monteiro, vice-presidente de esportes olímpicos e responsabilidade social, fala sobre o seu trabalho no Vasco.

\"Eu queria falar para todos os torcedores vascaínos e associados do Vasco que sou um executivo que venho de uma multinacional [Xerox do Brasil], com uma experiência profissional de 30 anos em uma empresa só. Nessa empresa tive a oportunidade de mudar um pouco o rumo da organização, no sentido de ver investimento social privado no Brasil, quando nós, junto com a comunidade da Mangueira, desenvolvemos com o professor Francisco de Carvalho, que hoje é mais conhecido como Chiquinho da Mangueira, a Vila Olímpica da Mangueira. Isso causou uma transformação enorme dentro da organização, não só no Brasil, mas fora do Brasil também. A partir daí, passei a me interessar mais por essa área de transformação social através do esporte. Isso fez com que me credenciasse para uma série de outras propostas no Brasil, em outros Estados, quando a nossa empresa ainda era uma empresa que fazia esses investimentos. Essa reputação que foi criada trouxe, até agora, a esse convite que recebi do nosso presidente e do Luso Soares da Costa [primeiro vice-presidente], que é um grande amigo também - nos conhecemos há muito tempo -, para eu assumir essa responsabilidade de conduzir os esportes olímpicos e a área de responsabilidade social e ambiental do nosso clube\", disse no progrma \"Só da Vasco\", veiculado na Rádio Bandeirantes.

Programa de trabalho
\"Quero transmitir também para a nossa torcida e aos nossos associados que já temos um programa de trabalho desses 100 dias que estamos atuando. Para uma surpresa agradabilíssima para nós, para que as pessoas também entendam esse esforço que estamos fazendo, isso tem sido muito facilitado pelas organizações, as empresas que temos visitado. Acho que hoje o torcedor do Vasco já é um torcedor diferente. Ninguém é Vasco por ser ou porque todo mundo é. Cada torcedor do Vasco tem uma história. Mas o torcedor do Vasco é um torcedor diferente. O torcedor do Vasco é realmente um torcedor apaixonado. Eu queria até registrar aqui aquela demonstração de amor pelo Vasco que deu a torcida do Vasco no jogo contra o Figueirense. Cheguei no estádio às 15h30min, vindo de viagem com a minha família. Fiquei emocionado, apaixonado de ver aquela torcida ali - ainda não estava chovendo naquela hora -, às 15h30min, cantando sem parar as músicas do Vasco e incentivando o clube. Tinham mais de 300 crianças no gramado. Caiu um temporal enorme. As crianças começaram a correr de um lado para o outro e a torcida não parou um minuto. Aquilo é o Vasco. Acho que essa maneira de ser Vasco, essa forma de torcer pelo Vasco, faz com que nesses contatos que a gente tem feito - eu e o meu grupo. Eu, o Bruno [Leandro Pires de Carvalho, superintendente de esportes olímpicos e responsabilidade social, e que antes era o primeiro secretário do Conselho Delibaritivo] e outros colegas lá da nossa área - com diversas empresas no Rio de Janeiro e fora do Rio também, a demonstração de confiança e carinho que as pessoas têm com essa nova gestão que a gente está implantando no clube. Estou muito otimista com isso. Fizemos um programa, estamos há 100 dias trabalhando, dividimos os esportes olímpicos lá em três grandes blocos - os esportes aquáticos, terrestres e indoor. Estamos convidando e contratando só profissionais para atuar nessas áreas. O Vasco tem uma tradição no futebol. O futebol é o nosso carro-chefe. Somos torcedores de futebol, mas também não devemos deixar esquecer que o Vasco tem uma tradição extraordinariamente imensa na área do remo e no basquete. O remo está com um colega meu, o José Roberto [Saraiva Gomes da Costa], que esse ano concluiu um belíssimo... Ele deu essa grande alegria para nós. O Vasco se sagrou campeão e tal. O basquete, que vem sem disputar a liga, no ano que vem a gente já entra\".

Convênio com a UERJ
\"Agora quero também deixar registrado aqui que o Vasco não vai atuar nas pontas. O Vasco não vai ser um clube só de formação de base e nem será também somente um clube de contratar atletas para temporadas. Vamos ter uma forte atuação na formação de jovens, promessas. Vou incluir também uma outra informação. Estamos fechando agora, nesses próximos dez dias, um convênio de cooperação técnico e científica com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ. Esse acordo vai fazer com que a UERJ coloque à disposição do Vasco os seus laboratórios, departamentos de pesquisa e professores. Não só os professores de esportes, mas os professores da área de administração, economia, direito. Professores que vão nos ajudar a profissionalizar o departamento e, com isso, dar uma estrutura para que o Vasco tenha uma base forte, uma estruturação forte de novos jovens que virão para o clube. Evidentemente, teremos também uma equipe formada de grandes atletas, porque o Vasco não pode continuar só participando de campeonatos. O Vasco tem que honrar a sua tradição, principalmente nessas duas áreas, do remo e do basquete\".

Inclusão social e participação de voluntários
\"Um outro elemento importante para considerar é o fato de que o Vasco hoje tem uma, acompanhando a sua trajetória, de ter sido um clube que foi o primeiro clube do Brasil a ter a visão da inserção, a inclusão social, desde a época em que o Vasco foi o primeiro clube do Brasil a admitir negros no futebol e, para isso, teve que romper com a Federação e ficar dez anos afastado. Mas honrar esse compromisso social. Estamos desenvolvendo no clube hoje uma área de responsabilidade social e ambiental, onde vamos começar esse ano, já estaremos esse ano publicando o primeiro balanço social do clube, junto com o balanço financeiro. No mesmo dia em que o balanço financeiro do Vasco for publicado, será publicado também o balanço social. Já estamos concluindo esses levantamentos todos. Estamos dando para o nosso clube uma dimensão de inclusão social através da formação dos seus quadros administrativos. Estamos pesquisando cada uma das pessoas que trabalham no clube hoje, qual é o seu regime de contratação profissional, se essas pessoas têm... qual é o nível de escolaridade e que tipo de ações o clube vai fazer para melhorar a escolarização desse grupo. Ao final desse processo todo é aumentar gradativamente, nesse projeto de três anos que estamos implantando, essa governança que estamos implantando no clube - técnica, científica -, o crescimento dessa escolaridade do grupo. A intenção nossa é fazer com que haja uma oxigenação de novos valores no clube. Criamos agora um departamento lá de voluntariado. Aqueles vascaínos que estão nos ouvindo, que queiram trabalhar com o Vasco e participar do Vasco, entrem em contato conosco, porque vamos criar um grupo grande de voluntariado dentro do nosso clube, com torcedores e associados, para que a gente possa levar a cabo todos esses programas e projetos sociais que estamos investindo\".

Colégio Vasco da Gama
\"Dois pontos também que eu gostaria de ressaltar, para concluir essa minha fala inicial, é a questão do Colégio Vasco da Gama. O Colégio Vasco da Gama hoje é um colégio reconhecidíssimo pelas empresas e por todos os grupos sociais com quem conversamos. É um trabalho especialíssimo. Recentemente estive com o Dr. Luso Soares da Costa no Ministério Público para uma outra questão. O promotor, depois de ter feito toda a arguição necessária para a condução daqueles trabalhos, quando já levantávamos para ir embora, fez questão de nos chamar para parabenizar o Vasco da Gama pelo fato de ser o único clube no Brasil que o Ministério Público não visitará, porque mantém um colégio e se preocupa com os jovens nesse colégio. Quero dizer para o nosso associado também e para o nosso torcedor que o investimento nesse colégio está programado para ser muito maior, porque já temos duas grandes empresas estatais querendo melhorar as condições, tanto as condições físicas do colégio, quanto as condições pedagógicas também\".

Museu do Vasco
\"Um outro ponto importante, que eu já queria deixar aqui o convite para todos os vascaínos, é que já no final do mês de novembro vamos inaugurar o núcleo central do museu do Vasco do Gama, que vai começar com uma biblioteca especializada no estudo e no desenvolvimento da pesquisa científica do esporte. Uma biblioteca só de esporte. Esse projeto já está sendo conduzido pelo nosso colega, o diretor cultural e de responsabilidade social do Vasco, o João Ernesto. Esse projeto encerra o anseio de todos os vascaínos. Não é só o da governança Roberto Dinamite, não é só o da nossa... Mas esse encerra um interesse de todos, que é a preservação do nosso centro de memória, onde vamos ter... O museu será a conseqüência, o início dessa biblioteca, do centro de memória e da pesquisa. Até é exemplo desse modelo que foi feito em São Paulo agora, que o governador José Serra teve essa brilhante idéia de criar um museu do futebol lá. Nós vamos, no Rio de Janeiro, ter o museu do Vasco da Gama, provavelmente até o final do ano que vem\".

Gestão de Roberto Dinamite
\"Estou seguro de que o Roberto é um homem muito preparado para isso. O Roberto tem demonstrado e participado de todas as reuniões da nossa diretoria. Às vezes, reuniões tensas, que buscam o resultado. Todos querem produzir em rápido espaço de tempo os resultados que o clube e a torcida esperam. Em todos os momentos a gente observa um ponto, poder moderador importante para essas reuniões. O Roberto tem dado uma demonstração de equilíbrio muito grande. Tenho certeza que esse projeto que temos, de três anos, é um projeto que pode se alongar por mais três, seis anos, em função de todo esse trabalho que está sendo feito agora, essa estruturação toda que a gente está fazendo. E, sobretudo, pelo equilíbrio com que as coisas estão sendo conduzidas no nosso clube\".

Fonte: Vasco Expresso