Torcida

Jornalista traz gráfico com preços de ingresso no Maraca desde 50

O gráfico abaixo \"fala\" por si. É o resumo do ótimo estudo de Erick Omena, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ). Ele pesquisou os preços dos ingressos mais baratos do Maracanã desde 1950 até o fechamento do estádio para o estupro, digo, a obra que o transformou para a Copa do Mundo de 2014.

Ali você vê a proporção entre preço do tíquete mais \"popular\" e o salário mínimo vigente. Note que a aceleração dos valores dos bilhetes de acesso ao estádio em dias de jogos acelerou em 2005, quando chegou a aproximadamente 5% da menor remuneração oficial do país. Dois anos antes chegou a ser de 0,5%. Quando o estádio foi interditado para ser submetido às exigências da Fifa, quem pagava menos para ver um jogo no velho Maraca desembolsava 6% do mínimo vigente.

Domingo, quem comprou (sem ser sócio torcedor ou portador de uma simpática carteirinha de estudante) o ingresso menos caro para ver Fluminense 2 x 3 Flamengo, tirou do bolso R$ 80. São 11,79% do atual salário mínimo. Sim, a proporção entre o preço do ingresso mais acessível (?) e a menor remuneração oficial do Brasil praticamente dobrou em relação a 2010. E se voltarmos algumas semanas no tempo, encontraremos 14,74% do mínimo, já que os valores estipulados pelo Flamengo (para os sem carteirinha) no clássico com o Botafogo partiam dos R$ 100.

É, senhoras e senhores, o Maracanã coloca o mais pobre \"para correr\" há alguns anos. Agora o \"New Maracanan\" acelera esse processo de \"higienização\". Se o estádio estivesse sempre lotado, ainda haveria o argumento da lei da oferta e da procura a ser sustentado pelos defensores dessa tal elitização. Mas como isso não acontece e sobram milhares de lugares há anos e anos, não se justifica sob qualquer hipótese tal política abjeta.

Não, o Maraca NÃO é nosso. Que se faça algo para voltar a ser.

\"Ingressos

Fonte: Blog do Mauro Cézar Pereira- Espn Brasil