Jornalista revela história curiosa sobre jogo do Vasco em 1986
Uma série de cinco episódios é pouco para contar as mais diversas histórias envolvendo os 40 anos do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, as reportagens especiais exibidas pelo SporTV News, ao longo da última semana, cumpriram o papel de oferecer a sensação de nostalgia e emocionar os torcedores que vibram com a maior competição nacional. Essa é a visão do jornalista Guilherme Oliveira, produtor responsável pelo trabalho, batizado de \"Brasileiro Quarentão\", que abriu parte dos bastidores da construção do material e falou sobre suas experiências.
Personagens célebres, como Zagallo e Telê Santana, foram destacados em situações peculiares. E também o torcerdor comum, que viu seu destino ser marcado nos estádios.
- Falam que cada jogo é uma história, mas eu costumo pensar da seguinte maneira: cada jogo tem milhares de histórias. Se uma partida recebe 30, 40 mil pessoas, cada uma delas tem sua história sobre aquele momento. E às vezes, o jogo não tem tanta importância. O legal da série \"Brasileiro Quarentão\" foi buscar histórias como Uberaba x Flamengo, de 1981, que para muitos não tinha valor, mas que marcou um grupo de taxistas da cidade mineira - disse Guilherme, que, pela dificuldade logística, destaca esta como a sua favorita.
Já que não couberam no especial, a promessa é a de que outros relatos curiosos sejam distribuídos durante o Brasileirão. O mineiro Guilherme, no entanto, já dividiu com o SporTV.com uma das histórias que gostaria de revelar em breve.
- Em 1986, o hoje taxista Jairo não tinha dinheiro pra ir ver o jogo do Vasco contra o Ceará. Foi ao hotel, procurou a diretoria, conseguiu convencê-los a ajudar e foi encaixado numa vaga no transporte dos roupeiros e massagistas. No vestiário, ele passou a roupa dos jogadores como forma de ajudar. Depois, assistiu à partida do banco de reservas. No fim, o árbitro não tinha como ir embora, e a delegação do Vasco lhe uma carona. O Joel Santana era o técnico na época e não gostou muito, pois achava que ele havia \"roubado\" seu time durante o jogo.
Para entregar um trabalho de qualidade, o planejamento teve início dois meses antes de as reportagens irem ao ar. A equipe do SporTV, então, agilizou a seleção das histórias. E precisou do apoio fundamental do Cedoc (Centro de Documentação) da TV Globo, para usar imagens da década de 70 e 80, quando o Canal Campeão ainda não estava no ar.
- Depois de termos todas as entrevistas, precisávamos editar tudo. Cada uma das matérias, que tem em média quatro minutos, levou de um dia a um dia e meio para ficar pronta. Em duas das cinco histórias, o roteiro foi escrito pelo grande Felippe Awi, que fez a reportagem (casos do teatro do Bahia e do Zé do Rádio e Zagallo) - lembrou Guilherme, que definiu o seu trabalho em algumas palavras e um exemplo.
- A produção é acreditar que ao seu lado pode haver uma história. É um trabalho de 24 horas diárias praticamente. É preciso estar ligado em tudo. E o público sempre é exigente, temos de ser diferenciados para entregar a reportagem informativa e o mais bonita possível. Na matéria sobre o filho do Telê Santana, tínhamos de entrar na igreja novamente, era um toque especial por ter sido o destino final da promessa de 1971. Mas a igreja está abandonada e estava fechada. Corri atrás da chave por algumas horas por toda a comunidade.
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