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Jornalista fala sobre o anúncio de Yaya Touré

O problema da negociação com Yaya Touré não é simplesmente acreditar num jogador que não atua em alto nível desde que deixou o Manchester City e ausente dos campos há mais de seis meses. A questão é conceitual. O Vasco só conquistou um troféu nacional neste século e, entre os doze clubes mais tradicionais do país, o Botafogo é o único sem título além do estadual.

Olha para a história dos dois gigantes significa conhecer talentos que brotaram dentro de seus próprios campos. De onde o Botafogo contratou Garrincha? Não contratou, ele chegou de Pau Grande, distrito de Magé, para treinar em General Severiano.
 

E de onde o Vasco contratou Roberto Dinamite, Romário ou Edmundo? Também não foi de lugar nenhum. Eles brotaram, nasceram na terra fértil de São Januário.

É incrível que o Flamengo tenha deixado de lado o slogan "craque o Flamengo faz em casa", para ser campeão brasileiro e da Libertadores sem nenhum prata-da-casa. Apesar de a situação ser diferente da história rubro-negra, há dinheiro. No Vasco e no Botafogo, não há. O que indica que olhar para o passado é o melhor jeito de construir o futuro.
 

Ninguém é contra contratar grandes nomes. O problema é apostar na grife e festejar a chegada de um ex-craque que não significará nada em breve. O caso mais recente é o de Ganso, contratado pelo Fluminense sob a justificativa de que ajudaria a levar mais torcedores aos estádios.

Com Ganso na reserva, o Fluminense foi o 12o colocado em público no Brasil na temporada passada, atrás de Fortaleza, Ceará e Bahia. Teve 28% de ocupação do estádio, menos do que os 49% do Vasco, 13o colocado neste ranking.

Não existe marketing melhor do que vencer. Yaya Touré não ajuda nenhum clube a ganhar um troféu de primeira divisão desde que saiu do Manchester City.


 

Fonte: Blog do PVC - ge