Imprensa

Jornalista fala sobre a recusa de Felipão em assumir o Vasco

A recusa de Felipão em assumir o Vasco talvez tenha sepultado a última esperança de um dos maiores casamentos não realizados do futebol brasileiro. A relação entre treinador e clube já foi uma das mais intensas, ainda que eles tenham estado sempre em lados opostos. Explico...

No fim dos anos 1990, os dois estavam no auge. Felipão ganhava quase tudo. O Vasco, também. Natural que os caminhos se cruzassem. A primeira vez foi na decisão do Brasileiro de 1997. O Vasco levou, com direito a escalação controversa de Edmundo na final. Felipão sentiu o golpe.

Mas geralmente quem bate esquece. Eurico Miranda esqueceu e foi com tudo atrás do técnico em 2000. Seria o treinador para a disputa da Copa João Havelange e da Mercosul. Felipão esnobou o convite, algo raro de acontecer com Eurico na época. Foi o dirigente que sentiu o golpe.

Mais uma vez os dois estariam frente a frente. Vasco e Cruzeiro se enfrentaram na semifinal da João Havelange. Os cariocas eliminaram o Felipão com uma vitória de 3 a 1 no Mineirão. Não seria como um gentleman que Eurico celebraria a vitória. Sobraram alfinetadas ao técnico.

Até Romário ficou no meio dessa briga. A campanha pela convocação do atacante para a Copa de 2002 era forte e Felipão ficou balançado depois que viu um apelo da mãe do camisa 11. Mas em seguida, veio o cabo eleitoral Eurico, chamando o técnico de sem vergonha. Deu no que deu.

Hoje, seria interessante o casamento entre essas duas instituições do futebol brasileiro, ambas distantes do auge, mas eternamente merecedoras de respeito. Felipão preferiu não reescrever a história. Ao Vasco, restará para sempre o técnico como um adversário a ser batido.

Fonte: X de Bruno Marinho - Globo