Jornalista esmiúça o Atlético-PR e aponta atalhos para o Vasco
Por André Casado
Espião estatístico
Apesar de estar longe do glamour de um filme de Hollywood, o Vasco vive a semana decisiva contra o rebaixamento imerso em suspense e com uma tarefa nas mãos que vai exigir ação impetuosa e de primeira linha neste domingo, contra o Atlético-PR. A missão, entretanto, pode não ser tão impossível assim, como prova Ethan Hunt, o personagem de Tom Cruise na franquia do cinema. Basta um olhar mais aprofundado no rival para apontar possíveis atalhos para a vitória e também como se precaver diante do segundo melhor ataque do Brasileirão.
Pesa a favor do Cruz-Maltino, acima de tudo, o fato de o adversário viver má fase. Os números do Furacão caíram de forma considerável recentemente. Nas últimas quatro partidas, foram três derrotas e uma vitória sobre o lanterna Náutico, garantido na Série B - além da perda do título da Copa do Brasil, para o Flamengo. A intensidade ofensiva perdeu fôlego, e Marcelo, eleito a revelação da competição, é o único que parece ter mantido o nível. Desgastado e em baixa, Paulo Baier foi poupado na última rodada e deve voltar agora para não desperdiçar a chance de ir à Libertadores.
O técnico Adilson Batista quebra a cabeça para definir a melhor estratégia: partir para o ataque e surpreender ou se defender com cautela e jogar só por uma bola? Na entrevista em São Januário, garantiu que buscaria o equilíbrio para evitar um Vasco exposto, mas, ao mesmo tempo, com seu poder de fogo. Seguramente ele já sabe que o lado direito ofensivo do Atlético causa muita preocupação. São 23 dos 60 gols nascidos por esta ponta. Porém, alçar a bola na área não é tanto do feitio da equipe, que prefere cruzar rasteiro ou à meia-altura. O lateral peruano Yotún, que não é um exímio marcador, deve se cuidar e precisa de cobertura.
Foram apenas sete gols de cabeça, embora o meia Pedro Ken tenha alertado para tal perigo ao destacar as qualidades do Furacão. Artilheiro do Brasileirão com 18 gols, Ederson tem 1,70m e anotou 16 deles com os pés - e, curiosamente, sete de dentro da pequena área. A velocidade e o entrosamento na troca de passes antes da conclusão são os pontos altos dos comandados de Vagner Mancini. Portanto, o Vasco não pode permitir espaços em seu campo quando o adversário disparar na vertical, sob o risco de ser envolvido e só recolher a bola na rede.
Já o lado esquerdo rubro-negro é o menos acionado e mais uma vez terá o improvisado Juninho na ala, na vaga de Pedro Botelho, fora dos planos do clube. Na frente, Everton é o desafogo pelo setor. Apesar de ser um bom chutador, assim como Baier, as tentativas de longe são relativamente tímidas - seis por confronto em média. Foram oito gols em 37 rodadas, seja de falta ou com a bola rolando, em 222 arremates. Nada que assuste, aparentemente. Já o time carioca arriscou 20 a menos no total e marcou seis vezes - cinco delas no primeiro turno, porém, através de Rafael Vaz, Fellipe Bastos e Juninho, todos ausentes desta batalha final.
Mas é pela direita paranaense, com Léo e Manoel, que a defesa costuma ser mais vazada, com origem de 16 gols (contra oito pela esquerda). Talvez a alternativa possa ser escalar Marlone com a incumbência de explorar tal deficiência. Além disso, a dupla Edmílson e Thalles está em boa fase, então outro caminho a seguir pode ser testar o miolo de zaga, que estatisticamente caiu de rendimento e tem tido a bola aérea (confira abaixo o vídeo da derrota para o Botafogo) ou mesmo a eventual penetração como tormento nas derrotas recentes.
Chamam a atenção, por outro lado, os 23 gols sofridos pelo Vasco com conclusão na parte direita da área, onde houve revezamento entre quatro zagueiros e dois laterais desde maio. Isso não assegura, porém, que a jogada tenha sido criada - e a falha tenha ocorrido - por ali. Pela esquerda, foram só seis chutes com êxito. Por sorte, o Atlético faz menos gols nesta região de seu ataque - 16 contra 21 finalizados pela direita da área. Ainda assim, é importante redobrar a atenção, até porque Luan, o titular da vez, está fora por suspensão em Joinville.
Adilson afirmou que não vai alterar as características vascaínas mesmo ciente de que o rival, estudado a fundo, e a situação tática sejam distintas do que a equipe encarou recentemente na dramática luta contra a queda - como Corinthians, Cruzeiro e Náutico, para citar os últimos três.
- O Atlético é uma equipe que mostrou qualidades e vai em busca da vitória para alcançar seu objetivo de chegar à Libertadores. Minha obrigação é mostrar ao meu time as caracteristicas do adversário e trabalhar em cima delas, mas sem alterar o comportamento da equipe. Não que eu esteja temendo isso ou aquilo. Não vai fugir muito do que nós temos feito - explicou o técnico.
Análises rápidas:
* Ainda que não tenha começado o campeonato como titular e seja o centroavante de área do time, Ederson se destaca também pelas assistências: são seis, ao lado de Marcelo, e atrás de Paulo Baier, com sete. Mostra a perigosíssima mobilidade do camisa 77.
* O Vasco levou sete gols frontais de fora da área, indicando que dá liberdade para o chute. O Furacão costuma se fechar bem com os volantes e só sofreu um. O caminho são as bolas aéreas, seja via lançamento ou cruzamento, que causaram 26 dos 48 gols sofridos pelo rival.
Estatísticas do Furacão:
* 237 jogadas de linha de fundo:
85 pela esquerda
152 pela direita
* 12 gols marcados pelo meio da defesa rival em troca de passes
* Apesar do 3º lugar, é apenas o oitavo colocado no returno, com sete derrotas em 17 partidas
* A bola parada rendeu 14 gols (23,5%). Entram na conta faltas, pênaltis e jogadas originadas de escanteios e até de lateral
Fonte: geMais Lidas
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