Futebol

Jornalista critica forma como torcedores protestaram contra Zé Ricardo

A delegação do Vasco viveu momento de tensão ontem (21) na chegada ao aeroporto do Galeão para o embarque rumo a Chapecó, para o jogo com a Chapecoense. Com o time em início ruim na Série B, somando apenas dois pontos nos seis disputados, torcedores cercaram jogadores e o treinador Zé Ricardo, com intimidação e cobranças. 

No podcast Posse de Bola #221, Mauro Cezar Pereira afirma que é injustificável a situação pela qual passou o treinador ao ser acuado pelos torcedores e que o fato de achar que o trabalho é ruim não dá o direito de intimidar o profissional, questionando também como o Vasco não preveniu a situação.

"Isso já aconteceu outras vezes no futebol brasileiro, mas desta maneira foi muito chocante, porque você vê o Zé Ricardo indefeso, cercado por caras que falam com ele em um tom muito agressivo, de intimidação, inclusive é um torcedor muito forte e nitidamente ele está acuado, está com medo ali, me pareceu que ele estava com medo e é óbvio, como é que o Vasco permite isso? Quem organiza esse embarque? Ninguém tem cuidados para com os profissionais do clube?", questiona Mauro. 

"Eu também acho que o trabalho do Zé Ricardo não é bom, mas isso não daria a mim o direito de ir lá cobrá-lo daquela maneira. O torcedor pode ir no estádio, fazer uma manifestação do lado de fora ou do lado de dentro do estádio, leva uma faixa, critica, pede 'fora' o técnico, o direito o cara tem de falar 'não quero você mais aqui no meu clube', ok, mas isso é intimidação, isso é um tom de ameaça e ele quando tenta falar em dado momento é dito para ele algo na linha do 'aqui você vai ouvir'", completa. 

O jornalista ressalta que a torcida organizada tem a sua importância, mas isso não quer dizer que ela pode fazer ações como esta e que seria compreensível se o treinador decidisse não continuar no cargo depois da situação que viveu no aeroporto. 

"Eu concordo que a organizada acompanha o time, ela apoia o time, ela tem o seu valor, mas isso não dá direito de fazer o que quiser. (…) Eu não sei da vida do Zé Ricardo, da vida financeira e pessoal dele, obviamente, não sei até que ponto o Zé Ricardo depende desse trabalho que ele tem hoje, mas é o tipo da situação que se o cara tiver condições econômicas para isso, ele pode muito bem falar 'tchau'. Em que situação alguém vai poder dizer que ele está errado?", questiona. 

"Eu acho que ali o clube tem muita culpa, porque a gente sabe do jeito que acontece, o clube tem que ter o cuidado com seus jogadores e com seus treinadores, não pode permitir um negócio desse, ele está ali no aeroporto completamente indefeso, é uma situação humilhante até, achei aquilo muito chocante", conclui. 

Fonte: UOL Esporte