Jornalista critica fair play financeiro da Conmebol e debate calendário

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) pretende impor aos clubes uma série de exigências para torná-los aptos a disputar suas competições, como a Taça Libertadores da América e a Copa Sul-Americana. O modelo de licenciamento deve seguir aquele em vigor na Europa, exigido pela Uefa, e orientado pela Fifa a ser adotado por todas as entidades continentais. Entre os requisitos, estariam apresentar balanços financeiros, não acumular dívidas e seguir padrões de segurança em locais de jogos.

O jornalista Jorge Luis Rodrigues, porém, é descrente em relação à eficácia das regras impostas pela Conmebol. Em participação no "Redação SporTV", ele criticou a falta de transparência da entidade e disse que clubes de menor porte deverão se beneficiar de brechas no estatuto.

- A Conmebol é uma das entidades menos transparentes do futebol, infelizmente. Ainda se vê torcedores atirando pedras em bandeirinha. Esses clubes não são punidos, como se punirá fair play financeiro? Ela age como certos políticos, só da resposta após o clamor das notícias. Sempre coloca algo nas entrelinhas do regulamento. Quem reclama da Fifa não conhece a Conmebol - disse o jornalista.

Rodrigues lembrou a falta de segurança em estádios como o do San Jose, em Oruro, na Bolívia, onde o torcedor Kevin Espada morreu atingido por um sinalizador na cabeça.

- Estou curioso para saber como será feito o modelo. Tem clubes como o Corinthians com faturamento na faixa de 400 milhões de reais por ano, entre cota de TV, patrocínio master e bilheteria. Tem clubes na Bolívia que não se tem nem 2 milhões de rendimento - afirmou.

Informações apurados pelo jornal Folha de S. Paulo dão conta de que a Conmebol seguirá o modelo usado pela Uefa (União Europeia de Futebol) desde 2003 e ratificado pela Fifa em 2007. A entidade deverá dar um prazo, deixando de fora os torneios de 2014. Segundo apurou o veículo, Bahia, Coritiba, Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Portuguesa e Vasco estariam impossibilitados de disputar as competições, pois possuem pendências salariais com jogadores.

- Vai aliviar muito os problemas de calendário, pois não haverá jogos nem ninguém para competir - ironizou o correspondente da BBC no Brasil, Tim Vickery.