Jorginho vê semelhanças entre o Vasco e Seleção Italiana

Depois de comandar o Vasco na vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, neste domingo, em Manaus, o técnico Jorginho já estava na manhã desta segunda-feira no Rio de Janeiro, para assistir às palestras de Dunga (da seleção brasileira) e de Antonio Conte (da seleção italiana). Após ver a apresentação do treinador, que já fechou com o Chelsea para a próxima temporada europeia, o ex-lateral campeão em 1994 viu muitas semelhanças do seu time cruzmaltino e a atual Azzurra.

- A seleção italiana sempre foi marcada pela obediência tática, defensivamente. Todo mundo voltava para trás da linha da bola. Mudou o conceito deles. Meu conceito no Vasco também é esse. Perdemos a bola no ataque e já tentamos pressionar ali, porque é muito mais fácil. Se você não consegue encaixar essa marcação... por isso, há a necessidade de uma organização muito grandes, muitos treinamentos para você encaixar esse tipo de marcação. Isso é muito claro na seleção italiana e em algumas seleções da Europa - disse o técnico, em participação no"Redação SporTV".

Entre as semelhanças, Jorginho destacou a pressão na saída de bola e a importância de jogadores deixarem o ataque rapidamente, para recompor a defesa. Além disso, elogiou bastante a atuação de sua equipe diante do Flamengo.

- Cansado mas feliz. Vim aqui depois de uma semifinal como essa, da forma como a equipe jogou, muito bem posicionada, muito organizada taticamente, com muita força também. Agora, aproveitando, bebendo um pouco dessa água que o pessoal tem trazido. Foi muito bom, a primeira palestra com o Dunga, a segunda com o Conte. A gente foi adversário. A gente viu conceitos iguais e outros bem diferentes. Com certeza, acrescenta muito para mim como treinador.

Sobre a apresentação de Dunga, Jorginho destacou a importância da manutenção dos técnicos e a necessidade de modernização do futebol brasileiro, sem perder suas características.

- O Dunga trouxe um panorama da nossa realidade, algumas mudanças precisam acontecer. Mas a mudança constante de treinador não é benéfica, porque você planeja uma equipe, faz uma pré-temporada e, de repente, em dois ou três jogos que você perde, troca o treinador. O Dunga trouxe muito a realidade da seleção brasileira, que é muito diferente da italiana. É um país pequeno, todo mundo está muito próximo, ninguém está jogando nos EUA. São conceitos completamente diferentes. A gente não pode achar, e eu concordo muito com ele em relação a isso. Não é porque a Alemanha e a Espanha ganharam que a gente tem que copiá-los. Acho que a gente precisa estar atento a tudo que está acontecendo lá, em modelos de trabalho, de treinamento, de jogo. Mas nós temos que nos modernizar, em relação a esse modelo de jogo atual.

Na final do Campeonato Carioca, Jorginho terá pela frente o Botafogo, de Ricardo Gomes. O técnico afirmou que não conseguiu assistir à vitória do Alvinegro sobre o Fluminense por 1 a 0. Os dois jogos da decisão serão no Maracanã, no dia 1º e 8 de maio.

- A gente tinha acabado de jantar, a gente viu o finalzinho, alguns momentos. Teve a expulsão do Carli e uma pressão do Fluminense. Mas a gente ainda vai ver melhor esse jogo. A gente conhece bem a equipe do Botafogo, sabe o quanto essa equipe tem surpreendido muita gente, por sua organização. Parabéns ao meu amigo e irmão Ricardo Gomes.