Jordi comenta apelido no Vasco e briga para ser titular em 2014
A expectativa era grande na cabeça de Jordi para assumir o gol do Vasco já nesta reta final de Brasileiro. Com três goleiros contestados pela torcida e a confiança do treinador Carlos Germano, o jovem só não teve a sua oportunidade na meta vascaína por que parou dois meses depois da conquista da Taça Belo Horizonte, em setembro. Machucado, com o adutor da coxa esquerda dolorido antes da competição, o camisa 1 dos juniores, que tem quatro anos de São Januário e renovou por mais três anos, assistiu ao rebaixamento nem poder ajudar dentro de campo. Mas, antes das férias, recebeu a notícia que tanto esperava: a partir de janeiro ele é o novo goleiro da equipe profissional do Vasco.
A diretoria cruz-maltina conseguiu fechar a contratação de Martín Silva nesta noite de segunda-feira. O goleiro uruguaio, de 30 anos, chega com banca de titular e deve deixar Jordi no banco, mas nem por isso o garoto desanima.
- Estou batalhando por esse objetivo há quatro anos. Vi muitos goleiros tentarem e poucos conseguirem. É uma conquista para mim - diz o garoto, que até bem pouco tempo atrás ia a pé ou de carona para os treinos em São Januário.
Pelo novo contrato, ganhou um carro novinho dos empresários. O trajeto Benfica até São Januário agora é motorizado.
- Quando acordava tarde, vez ou outra, cheguei a ir correndo para o treino. Chegava já suado e ia para o campo logo - lembra, com bom humor, o goleiro.
Comparado a Helton por Carlos Germano, pela elasticidade e saída do gol, Jordi tem como ídolo, além do ex-goleiros do Vasco, Dida, Júlio Cesar e Jefferson. Do novo concorrente para a vaga, Martín, ele acompanhou algumas partidas da Libertadores.
- Se tiver a oportunidade de agarrar logo, seria maravilhoso. Mas, se não tiver, paciência, sou novo ainda, vou continuar trabalhando pela minha oportunidade. Goleiro demora mais mesmo a ter oportunidade. Vou ganhar mais experiência com quem chegar - opina ele, que ainda não sabia da contratação de Martín.
Jordi defendeu quatro penalidades na Taça Belo Horizonte. No sacrifício, não conseguia sequer bater escanteio no último jogo. A inspiração, apesar de temperamentos diferentes, vem do ídolo Dida. Jordi, inclusive, é chamado de 'Jordida' desde as categorias inferiores do Vasco.
O apelido foi ele mesmo quem revelou para a reportagem do GloboEsporte.com ("dizem que somos parecidos, que sou frio que nem ele"). Sem medo de parecer pretensioso, ele exibe suas qualidades e fala da comparação com o ídolo.
- Quando começo a me analisar vejo que eu tenho uma elasticidade muito boa, excelente saída de bola, boa reposição de bola. São coisas que são muito importantes para o goleiro. E posicionamento, o que é essencial - cita ele, antes de enumerar as dificuldades.
- Meu treinador na base, o Marcelo Pires, pede para eu ter cuidado em bolas recuada, tenho um pouco de dificuldade. E outros detalhes que a gente precisa aprender para evoluir.
Pegador de pênaltis
Em Belo Horizonte, no time que tinha Jhon Cley como destaque na linha, Jordi imitou perfeitamente o ídolo Dida, pegando pênaltis em momentos decisivos da competição. E tudo isso cheio de dor em campo. O garoto revela que levou injeção e tomou medicamentos para suportar as dores nas partidas.
- No primeiro jogo contra o Goiás, perdemos por 2 a 1 e senti muita dor. Falei com o Sorato (técnico dos juniores), que se sentisse de novo voltaria ao Rio para tratar. Mas creio que Deus me fez suportar toda a dor. Dos nove jogos na competição em dois apenas não senti nada, Mas das oitavas até a final foi difícil. Levei injeção, tomei remédio, fiz fisioterapia, procurei alternar a perna que usava... Foi coisa de Deus mesmo. Na final contra o Vitória chutei uma bola que depois achei que não fosse levantar mais - lembra o jogador.
A técnica para pegar pênaltis Jordi atribui a orientações dos treinadores. Tanto Germano quanto Márcio (auxiliar do preparador do profissional) e Marcelo Pires o ensinaram a ter paciência na hora da definição do chutador.
- Eles sempre falam para eu esperar o máximo possível. Se for para escolher um canto que eu fosse convicto. No Carioca já tinha ido bem nos pênaltis, mas na Taça BH foi demais. Tive calma, paciência e sorte também, além de competência.
Fonte: geMais lidas
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