Futebol

Jogador do rival agradece a Romário por ter pago seus salários no Vasco

Com eles, a conversa é olho no olho. A diferença de um centímetro de altura coloca Juninho Paulista (1,67m) cara a cara com Romário (1,68m). A admiração é mútua. Hoje, separados pela rivalidade e por objetivos, Juninho e Romário se reencontraram no Maracanã.

É a porção exata da separação entre o joio e o trigo. Juninho reverencia Romário, assim como o Baixinho rende elogios ao meia paulista. Juntos no Vasco, brilharam, seguraram barra e conquistaram títulos. Na estrada, via gol mil, Romário brigou para ter Juninho como garçom. Na Colina, quando Juninho não suportava mais o atraso de cinco meses no salário, Romário usou seu prestígio e sua polpuda conta salarial para não perder o companheiro.

— Ele ofereceu (dinheiro) realmente. Tinha quatro ou cinco meses de atraso no salário e disse a ele que não agüentava mais. Romário pediu calma e disse que conversaria com o Eurico (presidente do Vasco) — relembra.

Parceria firmada e mantida, Juninho Paulista conquistou o título de melhor jogador do Brasil, em 2000. E Romário, nada diferente, manteve a rotina de gols.

— Ele é o melhor atacante com quem já joguei — afirma Juninho, sucinto.

O meia revela traços da personalidade do Romário em grupo. Ao contrário do que transparece — marrento, antipático —, o Baixinho abraça as causas dos amigos. Comportamento que fez o rubro-negro escalar o craque como um dos seus 20 melhores amigos — conforme estampa em seu site, lançado na última segunda (juninhopaulista.com):

— Fora de campo, temos vida diferente. O Romário, assim como eu, não mistura as amizades de infância com as do futebol. Comigo, ele sempre foi muito tranqüilo, bem-humorado e simpático.

Sete anos mais novo do que Romário, aos 34 anos, Juninho Paulista enfrenta a fase de críticas, comparações com o tempo e frases do tipo “ele não é mais o mesmo”. Sempre calmo, o atual capitão do Flamengo dá sinais de irritação:

— O Romário não é mais o mesmo, o Ronaldo não é mais o mesmo, eu também. O tempo passa. Isso é coisa de leigo, que nunca pisou no gramado. Exemplo: a probabilidade de um homem de criação errar passes é muito maior. Eu estou errando bem menos até — afirma.

Fonte: Extra / SUPERVASCO.COM