Jogada de Éder e Riascos mostra uma possível válvula de escape sem Nenê

Presente em todos os jogos, reserva descentraliza ações e dá opção para passes longos nas costas da zaga adversária. Colombiano se beneficia e vira artilheiro do Rio

Paciência no campo defensivo, aposta na velocidade do jogador aberto pela ponta nas costas da zaga e oportunismo no meio da área. Nem só de Nenê vive o Vasco. Se o meia-atacante teve participação direta em dez dos 15 gols marcados no Carioca, o entrosamento entre Riascos e Eder Luis surge como alternativa para que a equipe não fique refém de seu principal nome. Artilheiro da competição, o colombiano recebeu três assistências do companheiro em lances muito parecidos.

Presente em todos os jogos do clube no ano - dois como titular -, Eder Luis finalmente volta a ter uma sequência após quase dois anos longe dos gramados por conta de uma lesão no joelho. Novamente confiante, o atacante faz valer sua principal característica, a velocidade, e com inteligência é determinante para uma jogada letal. Marcando a linha de impedimento, ele parte nas costas do defensor e recebe já em posição favorável para servir Riascos, no meio da área.   

A primeira vez que a jogada deu certo foi contra o Madureira, na estreia, mas em condições favoráveis. Atrás no placar, o time do subúrbio se mandou para o ataque e deu espaços. Após cobrança de falta, a recomposição foi lenta, e Nenê encontrou Eder aberto pelo lado esquerdo para invadir a área e cruzar. Foi o único dos três gols em que o atacante se posicionou por aquela banda do campo, uma vez que Pikachu era utilizado na extrema direita. Na última quinta-feira, contra o Friburguense, o panorama era diferente e mais adverso.   

Com o time da Serra na frente no placar, o Vasco sofria na saída de bola por conta do time misto escalado por Jorginho. A paciência no campo defensivo foi determinante para fazer o rival adiantar a marcação e dar brechas. Foi quando Julio dos Santos encontrou Eder nas costas do lateral, pela direita, para ganhar na velocidade e com apenas um tapa presentear Riascos. Neste momento, a equipe tinha somente dois atacantes e a precisão do paraguaio foi determinante para surpreender a defesa rival.

Por fim, o gol que alçou Riascos ao posto de artilheiro do Carioca, ao lado de Fred, aconteceu em "replay" do lance de quinta-feira. No clássico com o Botafogo, Andrezinho, no campo defensivo, não encarou o meio-campo congestionado e recuou para Luan. Pouco atrás de onde estava Julio dos Santos contra o Friburguense, mas na mesma faixa do campo, o zagueiro lançou Eder Luis, que confiou na falha de Diogo Barbosa, novamente invadiu a área e serviu o companheiro.

O sucesso da dupla parece ter deixado Jorginho satisfeito. Após o empate com o Botafogo, o treinador fez questão de ressaltar que o Vasco não é dependente de Nenê e tem alternativas:

- Eu sempre bati nessa tecla de que a equipe não depende de um jogador apenas. O ambiente que está reinando no Vasco é de muito respeito, de profissionalismo grande. Hoje, o Vasco não é o Vasco só do Nenê, é de alguns jogadores. 

Décimo-segundo jogador vascaíno neste início de Carioca, Eder Luis falou sobre a boa fase e comemorou, principalmente, o fato de ter sequência de jogo depois de tanto tempo:   

- É o trabalho. Persistindo, as coisas estão acontecendo. Fica feliz por participar (dos gols), por ajudar. Já tive oportunidade de ser titular em duas ocasiões, joguei os 90 minutos depois de muito tempo. Isso dá um ânimo a mais para melhorar - disse ainda no gramado, ao Sportv.   

Sábado, às 18h30 (de Brasília), o Vasco encara o Bonsucesso, em Los Larios, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Carioca. Riascos, que deixou o clássico com o Botafogo queixando-se de dores na coxa direita, é dúvida.