Futebol

JHCoelho: "Num campeonato, o campeão é o clube, nunca só o time"

A Pergunta é: Quem deixou aqueles árbitros entrarem em campo?

Durante o dia 15/04, terça-feira, encontrei diversos amigos vascaínos que não sabiam que o “bandeirinha cego”, aquele que não viu o impedimento no gol ilegal da final do último domingo, era o mesmo que também não viu o gol vascaíno de Douglas naquela cobrança de falta magistral e que poderia ter mudado o curso da Taça da Guanabara e do próprio Campeonato Estadual.

Em função de uma Comissão de Arbitragem desde sempre desqualificada, o nível dos árbitros até aqui é reconhecidamente péssimo. Mas o que esperar de uma federação de futebol que até hoje não consegue organizar um campeonato com um mínimo de competitividade, rentabilidade e atração durante a sua disputa?

A novidade do momento é o presidente do Vasco diante da justificada indignação da torcida com o ocorrido nesta final, tentar agora, depois da “porta arrombada”, “defender” o nosso Clube diante do completo fracasso de sua administração em todas as áreas, inclusive nas relações com a Federação,

Lembremo-nos do que aconteceu em dezembro de 2013 no malfadado jogo contra o Atlético Paranaense, onde ele disse que “ia fazer e acontecer”. Por que na época ao invés de ficar titubeante, não retirou o time de campo? Porque na semana desta final contra o Flamengo, não se posicionou energicamente vetando a escalação, ao menos, do “bandeirinha cego”?

Repete-se agora o trágico desfecho da final de 2001 quando era presidente Eurico Miranda. Naquela final contra o Flamengo dois gols irregulares: um de pênalti inventado no primeiro tempo e outro aos 43 minutos do segundo tempo, em uma falta inexistente, marcada pelo contestado, mas não vetado, Léo Feldman que nos retirou um título certo. Este árbitro fora escalado duas horas antes da partida, sem sorteio, ao contrário do que havia sido acordado.

Agora o atual presidente fazendo cena, quer anular o jogo, pedir indenização a Federação e etc. e tal, mas depois de passar o barulho, nada vai acontecer, como foi o caso de 2013, que culminou com o segundo rebaixamento em campo e deste mesmo presidente.
Você sabe quem são dois de seus conselheiros jurídicos? O advogado rubro-negro Marcello Macêdo e o ex-presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo e sócio da filha do ex-vice jurídico do Vasco, o Desembargador Sylvio Capanema, que na sua paixão vulcânica pelo Flamengo, não perde a oportunidade de declarar: “pelo Brasil eu morro, e pelo Flamengo eu mato” (http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=22654).
Num campeonato, o campeão é o clube, nunca só o time. Isto significa que todos devem fazer a sua parte: jogadores, comissão técnica, dept° médico, outros departamentos, torcida e a diretoria do clube.

No domingo passado os únicos que não fizeram a sua parte foram o presidente e sua diretoria.
Em face do claro conflito de interesses do árbitro, exposto por nada menos que sua esposa em seu Facebook na semana do jogo e, mais ainda, um “bandeirinha cego” que já prejudicara o Vasco, de forma inequívoca e com reconhecimento público no jogo contra o mesmo Flamengo pela Taça Guanabara de 2014, em nenhuma hipótese o Vasco poderia ter aceitado estas figuras no quadro de arbitragem daquele jogo.
Este triste episódio deixa a nu a incompetência, a irresponsabilidade, a omissão e a falta de prestígio do presidente do Clube na defesa do nosso Vasco.

Faço estas perguntas bem simples para vossa reflexão:
1- O Vasco apresentou alguma reclamação a Federação quando da escalação daquele quadro de arbitragem mesmo sabendo que o “bandeirinha cego” estava lá? A resposta é não.
2- E depois quando foi descoberto o comentário da esposa do árbitro no Facebook, o presidente tomou alguma providência? A resposta é não.
3- Ao menos pela imprensa o presidente reclamou ou tentou expor este problema de modo a “constranger” o quadro escalado? A resposta é não.
4- Quem é o representante do Vasco na Federação de Futebol? O “conselheiro” Agostinho Taveira. Advogado? Não. Conhecedor dos regulamentos e leis esportivas? Não. Simplesmente o “conselheiro” responsável pelo tráfico de ingressos entre o presidente do Clube e as “organizadas”, que também é membro do seu Conselho Consultivo particular.
5- Por que o “conselheiro” até agora não deu “as caras” e saiu em defesa do Clube? E que argumentos ele saberia desenvolver?
6- Por outro lado o presidente do Clube acreditou que se contratasse a filha do presidente da Federação de Futebol como advogada para o departamento jurídico do Vasco teria todos os seus problemas na Federação resolvidos. Pelo visto ele achava que este “nepotismo cruzado” (sua especialidade) iria resolver os nossos problemas. Triste engano! Os seus critérios de avaliação dos contratados passam longe dos resultados.
A relação de influência na Federação é muito mais um processo constante de relacionamento, ainda que indigesto, com favores e deveres, mas que deve ser realizado em defesa dos direitos do Clube para que fatos como este, da escalação de árbitros suspeitos, ou no tribunal, no mínimo não nos prejudiquem!
7- Você sabia que o ex-presidente do Conselho Fiscal do Flamengo e atual presidente do Conselho Fiscal da Federação, “Capitão Léo”, é agora um dos principais colaboradores do presidente da Federação de Futebol, Rubens Lopes? Quem terá construído a melhor interlocução dentro da Federação? Esta relação entre o flamenguista e a Federação vem desde o tempo do ex-presidente Eurico Miranda.

Não vamos nos deixar enganar mais uma vez pelas bravatas de um presidente com discurso oportunista. Nisto o anterior era até mais engraçado.
O ex-jogador Roberto foi nosso ídolo em campo, fora dele se iguala aos piores presidentes de toda história do Clube. O atual presidente não me engana desde 11 de fevereiro de 2009, data da minha renúncia.

Vasco Sim, Fora Roberto e Eurico Nunca Mais!
José Henrique Coelho
 

Fonte: Facebook José Henrique Coelho