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Jair Bragança, Brito e filho falam sobre legado de Alcir Portella

O preparador de goleiros Jair Bragança fala sobre Alcir Portella, ex-jogador, técnico, auxiliar-técnico e supervisor do Vasco, que faleceu na noite desta sexta-feira (29/08), aos 64 anos, em decorrência do câncer, e foi sepultado na tarde deste sábado, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

"Tivemos uma convivência diária, de 30 anos. Sempre foi meu companheiro de quarto e nas viagens. Meu companheiro também, amigo na vida particular. Nossas famílias sempre se deram muito bem. O que fiz e pude fazer seria da mesma maneira se eu estivesse na situação dele. Tenho certeza que ele faria por mim. Não fiz nada demais. Apenas estava ali presente, em uma hora em que ele precisava. Por infelicidade minha, veio a falecer nos meus braços. Mas isso é uma coisa que tenho que guardar com carinho, não com tristeza", disse ao repórter Odilon Júnior, da Rádio Tupi.

O treinador diz qual é a melhor lembrança que o torcedor do Vasco deve ter de Alcir.

"Do exemplo de amor ao clube. Um jogador extraordinário, capitão durante dez anos do Vasco da Gama, um atleta que jamais foi expulso de campo. Esse é o exemplo que ele tem que deixar para todos, de uma vida de profissionalismo exacerbado. Fica esse amor pela camisa, pelo clube e, acima de tudo, pela profissão".

O ex-zagueiro Brito prefere lembrar dos momentos felizes vividos com o amigo.

"Tenho grandes motivos. Primeiro, que somos compadres. Uma pessoa, um ser humano, quando dá um filho para outro batizar, é porque realmente tem consideração. Eu e a minha esposa somos padrinhos do André, que tem um filho com a Clara, a primeira esposa dele. Falar do amigo... Infelizmente, são coisas que vai acontecer com todos nós. Um dia temos que ir. Agora só resta uma coisa - a saudade. Felizmente, é uma saudade muito boa que vamos ter do Alcir, como agora na semana passada também, quarta-feira passada tivemos o Moisés. A vida é essa mesmo. Eu lamento, porque depois que foi detectada a doença que o Alcir teve, já éramos muito amigos, muito colados. Depois então que foi detectada essa doença, ficamos mais amigos. Todos os dias nos comunicávamos. Vai fazer muita falta".

Filho de Alcir, André Portella, um dos responsáveis pelo Vasco B (Expressinho), ficou surpreso com a quantidade de manifestações de carinho com a família.

"É. Às vezes você pára para olhar, pensar. Você vai em alguns enterros e não vê a quantidade de pessoas que está aqui. Eu não sabia... Eu sabia, mas não tinha a noção exata da grandiosidade que o meu pai representava. Aí está, o pessoal aí. Agora é bola para a frente e tentar ser 10% do que ele foi. Acho que é muito difícil. Sempre ajudou todo mundo, sempre com vergonha de pedir alguma coisa para alguém. Esse era o meu pai. Nunca me bateu, nunca me botou de castigo. Sempre me criou desse jeito. O que continua é o que ele deixou. Então tentar plantar na frente, para tentar ser sempre lembrado".

Fonte: Vasco Expresso