Futebol

Isaías Tinoco revela motivação extra após atitude do Flamengo

A decisão dos jogadores do Flamengo de não entrar em campo ao lado do Vasco em Manaus e fincar uma bandeira no gramado da Arena Amazônia teve um misto de provocação e apelo. O gesto tinha o objetivo de inflar o torcedor e provocar o time rival, mas acabou saindo pela culatra ao deixar como centro da questão as crianças abandonadas durante a entrada acelerada da equipe.

A diretoria afirma que foi pega de surpresa pela atitude dos jogadores — convencidos pelo capitão Wallace —, mas aprovou a ideia.

— Foi muito legal. Não recebemos reclamação dos pais das crianças. Vamos fazer de novo, com certeza. Só não vou dizer quando porque senão deixa de ser surpresa — anunciou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.

No entanto, sócios-torcedores de Manaus reclamaram nas redes sociais do tratamento: “Uma vergonha o que fizeram na entrada dos jogadores”, escreveu o rubro-negro Tadeu Medeiros.

Ao site “Globoesporte.com”, Daniel Lima, pai de um dos meninos, se revoltou:

— Faltou humildade, respeito, consideração e empatia. Meu filho tem 8 anos e ama o Flamengo. Estava ali, em uma oportunidade rara, realizando seu sonho. Ele ficou sem entender. Depois, assistiu ao restante do jogo extremamente frustrado.

O clube alegou, por outro lado, que as crianças receberam atenção antes da entrada em campo e na concentração, no hotel. Depois de fincar a bandeira, os jogadores ainda perfilaram ao lado delas no Hino Nacional.

A marcação de território com a bandeira não deu resultado, já que o Flamengo foi facilmente dominado. O Vasco viu a cena como uma motivação extra.

— Se faltava alguma coisa para motivar meu time, eles conseguiram. No vestiário, depois da partida, os jogadores só falavam da bandeira. É o tipo de coisa que suscita briga, guerra — disse o gerente do Vasco, Isaías Tinoco.

Como o fato não foi registrado na súmula do árbitro Leonardo Garcia Cavaleiro, o Tribunal de Justiça Desportiva não vai oferecer nenhuma denúncia sobre o episódio.

— Se o juiz tivesse feito alguma observação, seria outra história — explicou o procurador André Valentim.

Fonte: Extra