Interino repetiu esquema de Adilson, mas mudou no segundo tempo
Antes do jogo, Jorge Luiz, técnico interino do Vasco, avisou. "Não tem como mudar, o tempo foi curto. Vou procurar manter o que vinha com Adilson. Colocando uma coisa ali, outra aqui, para ver se consegue surpreender o adversário." E em boa parte do jogo o time não surpreendeu o ABC na Arena das Dunas. Novamente, a equipe levou muitos cartões - foram cinco amarelos (Diogo Silva, Diego Renan, Guiñazu, Aranda, Douglas Silva) e um vermelho, na expulsão de Douglas -, sofreu gol de bola parada e mostrou problemas na cobertura pelas laterais, principalmente no setor esquerdo. A derrota por 2 a 1 custou a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil e mostrou, mais uma vez, que o Vasco precisa consertar falhas se quiser subir para a Série A sem sofrimento.
Na goleada em casa para o Avaí por 5 a 0, foram quatro gols de bola parada. Dois deles em cobrança de falta da intermediária em que a defesa não se entendeu e os adversários aproveitaram o vacilo. Como aconteceu em São Januário, o volante Aranda cometeu a falta, o rival levantou a bola e Marlon, do ABC, marcou o segundo contra o Vasco. Defesa menos vazada no Carioca, o Vasco ostentava o mesmo status até a goleada para o Avaí. Hoje, com mudanças constantes na defesa, laterais e meio, devido a lesões, mas também muito em função das suspensões por cartões, o sistema defensivo passa por uma fase ruim.
O ABC entrou em campo querendo explorar o lado direito do seu ataque - esquerdo da defesa vascaína. Foi por ali que Marlon levou um drible da vaca e Montoya falhou ao não conseguir cobrir o lateral. Madson dominou com tranquilidade e fez o gol do time potiguar logo no início.
Na parte ofensiva, o Vasco se posicionou de maneira muito parecida ao modo como jogava com Adilson Batista. Kleber ficou mais isolado na frente, voltando às vezes para abrir espaços e armar o jogo. Douglas mais solto e Dakson pela direita, com Montoya do lado esquerdo, bem aberto. No segundo tempo, Jorge Luiz conseguiu mexer bastante no sistema de jogo. Entraram Maxi, Thalles e Lorran e o Vasco foi para cima, a essa altura já sem Douglas, expulso.
- Nós traçamos uma estratégia, porque precisávamos sair para fazer o gol. Não poderíamos levar aquele gol, mas aconteceu. Tentamos reagir e voltamos melhor no segundo tempo, mas, tivemos uma infelicidade, e levamos outro. A equipe, ainda assim, não se abateu e, mesmo depois de um resultado adverso como aquele no sábado, tivemos boa reação e a chance de empatar e classificar - disse o treinador interino.
De temperamento diferente de Adilson, Jorge Luiz observou mais do que gesticulou na beira do campo. Após a partida, ele se mostrou satisfeito com a reação da equipe no segundo tempo. O ex-zagueiro tricampeão carioca com o Vasco em 1992, 1993 e 1994 deve continuar no comando da equipe até a contratação de um novo comandante para a caravela vascaína