Inspirado em Hortência, Vasco quer fazer mais três pontos
O arremesso de três pontos explode na tabela; o lance livre decisivo esbarra no aro e não cai. Quando a bola não encontra a rede, o estresse é o mesmo, seja no basquete ou no futebol. Quando passava por estas situações, Hortência virava plebeia e voltava para marcar. Inspirado na rainha das quadras, o técnico Vagner Mancini usou seu exemplo para fortalecer o sentimento de união no Vasco. Hoje, contra o Friburguense, às 17h, em Volta Redonda, caso o gol demore a sair depois de duas goleadas, os jogadores saberão o que fazer: ajudar um ao outro.
Por dois jogos, o Vasco transformou o futebol em basquete, imitando seus placares numerosos e muitas bolas nas redes (foram 10). O time recusou o marasmo do 1 a 0 e, mesmo com a vitória assegurada, não parou de atacar. Nem sempre será assim e Mancini já fez o alerta. Para o técnico, se até uma rainha, maior cestinha da seleção brasileira (936) falhava, qualquer um pode errar.
A Hortência dizia que, quando errava muito, ela voltava para ajudar na marcação e esquecia de arremessar. Depois, naturalmente, as bolas entravam, como numa recompensa automática. É isto que eu falei para o time. Se todos se ajudarem, tudo fica mais fácil explicou Mancini.
A máxima vale especialmente para Dodô, que volta ao time hoje após cumprir suspensão automática. No clássico com o Botafogo, o atacante fez três dos seis gols. A cobrança por uma atuação à altura será natural de agora em diante, assim como a que recairá sobre o empolgante time do Vasco. Por isso, Vagner Mancini usa o exemplo de Hortência: Ela é um ídolo. De fora, todos acham que ela não errava, ou se cobrava. Mas errava sim...
Dodô diz que pensa apenas em jogar, por isso os gols saem naturalmente. Mas nem sempre suas jogadas serão geniais.
E seus gols, abundantes como foram no clássico.
O dia que o Dodô, que é muito inteligente, não estiver bem, ele irá concluir que vale a pena dar o máximo pela equipe, por seus companheiros declarou Mancini.
Da responsabilidade, Dodô não fugirá. Ele tem a consciência que a função de fazer gols é sua.
Mas sabe que pode ser importante de outras maneiras.
O mais importante é o time vencer sempre disse.
Foi com o mesmo pensamento que Rafael Coelho o substituiu contra o Macaé e marcou.
E Magno, substituto de Carlos Alberto naquele jogo e hoje, seguiu pelo mesmo caminho, também marcando o seu. Mesmo sem poder repetir uma escalação desde a estreia contra o Tigres, Mancini está satisfeito com o conjunto que começa a ganhar forma no Vasco. Titular, é aquele que entra.
O melhor até agora, depois de três jogos, é o sentido de equipe que os jogadores estão criando. Estão todos neste caminho e, quando falam, até parece combinado, mas é verdadeiro. Quando um substituto entra, o rendimento não cai disse o treinador.
O Vasco entrará em campo modificado e a teoria de Mancini será colocada à prova.
Carlos Alberto ficou no Rio e se junta ao grupo amanhã, caso melhore das dores na coxa direita. O zagueiro Fernando também foi poupado e Gustavo fica com a vaga. Rafael Carioca começará pela primeira vez como titular. Contratado este ano, ele veio da Rússia, onde jogava no Spartak Moscou, e chegou com pompa de grande reforço.
Tenho que entrar e fazer o que os outros estão fazendo declarou Carioca.