Ingressos caros ajudam a esvaziar estadual do Rio
Na ânsia de compensar os seguidos prejuízos nos Estaduais, teve clube em 2012 apostando no aumento do preço dos ingressos nas partidas de maior apelo, ou seja, contra um grande. No entanto, esta estratégia foi um tiro que saiu pela culatra.
A equipe em questão é o Catanduvense. Contra o Palmeiras, pela terceira rodada do Paulistão, a diretoria estipulou o valor de R$ 80 para a arquibancada comum - que costuma ser R$ 60 - e R$ 150 nos lugares cobertos. Resultado: 5.422 pagantes, com 9.038 lugares colocados à venda. E tome assento vazio.
Entendo que não foi caro, mas também não foi satisfatório. Fizemos isso porque foi o nosso único jogo contra um time grande nesse Paulistão e era a oportunidade de a torcida nos ajudar, mas não foi isso o que aconteceu - contou o gerente de futebol do Catanduvense, Vágner Violin, que não mostra arrependimento pela aposta:
- Faria de novo. Na próxima vez em que estivermos na elite, talvez a solução seja mandar jogos em outras cidades.
No próximo fim de semana, será a vez da Ponte Preta, que estipulou R$ 60 para as entradas do jogo contra o Corinthians. O preço vai de R$ 30 a R$ 40.
O ingresso caro também foi motivo para esvaziar estádios no Campeonato Paranaense. Os preços salgados contra Coritiba e Atlético-PR fizeram o Corinthians-PR deixar de faturar no Ecoestádio. Contra o Coxa, a bagatela de R$ 95 só foi paga por um público de 113 pagantes. A razão foi atípica.
- Queríamos protestar contra a Polícia Federal, que disse só poder organizar a saída de 800 torcedores, em um estádio em que cabem 4 mil - justificou o presidente do \"Timãozinho\"\", Joel Malucelli.
E contra o Atlético-PR, com ingresso custando \"só\" R$ 60, apenas 132 assistiram ao jogo. A culpa?
- Do mau tempo. Choveu muito e ninguém saiu de casa - explica Malucelli.
Na contramão, Pernambuco dá o exemplo de como o ingresso barato influencia na média de público. Com uma promoção que dá direito
a 50% de desconto, a competição é campeã brasileira de público entre os Estaduais (8.541 pagantes/jogo). Se clubes e federações não baixarem os preços, vai ficar mais difícil para os debilitados Estaduais.
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