Independiente deve abrir conversas com time da MLS por Benítez

A crise política do Vasco pode ter um impacto direto no futuro do time que luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A indefinição sobre o futuro presidente do clube emperrou as negociações com o Independiente pela compra do meio-campista Martin Benítez, que está mais perto de se transferir para o futebol dos Estados Unidos do que de permanecer no Brasil. Com contrato de empréstimo válido até 31 de dezembro, o argentino dificilmente ficará no Gigante da Colina, que não contará com o jogador nas últimas 11 rodadas da competição nacional.

Como mostrou o Esporte News Mundo, ainda no começo de novembro o Vasco chegou a um acordo com o Independiente sobre o valor e a forma de pagamento pela compra do meia. Mas, como não venceu a eleição do dia 7 de novembro e desistiu de concorrer no pleito do dia 14 do mesmo mês, Alexandre Campello decidiu esperar pela definição sobre o futuro presidente do clube para poder avançar na negociação, que ainda dependia das garantias bancárias para ser concretizada.

O ENM apurou que, com a indefinição sobre o futuro presidente do clube, o Vasco não fez mais contatos com o Independiente. A diretoria argentina até chegou a dar um “ultimato”, que venceu na última segunda-feira, para o Cruz-Maltino. Mas como o Vasco tem, por contrato, a prioridade na compra do jogador até o dia 15 de dezembro, o clube argentino e o empresário do meia ainda aguardam a definição sobre o futuro mandatário do Gigante da Colina.

Mas o Independiente já vê o Vasco quase como uma carta fora do baralho nessas negociações. Com três propostas pelo jogador de 26 anos, a diretoria do clube argentino deve abrir negociações com um clube de MLS (liga de futebol dos Estados Unidos) nesta quinta-feira. A confiança na concretização do negócio é tanta que, na próxima semana, quando “vence” a prioridade do Vasco, o nome do clube norte-americano, que até o momento é mantido em sigilo, deve ser conhecido. Nem a vontade do jogador em permanecer no Vasco deve ser suficiente para convencer o clube argentino a ceder.

Pessimismo no Vasco

A proposta do Vasco que chegou a ser “aceita” pelo Independiente era de US$ 4 milhões (cerca de R$ 21 milhões), por 60% dos direitos econômicos do jogador. US$ 3 milhões seriam pagos em fevereiro e o restante ao longo de 2021. Entre as propostas oficiais que já recebeu por Benítez, o Independiente diz que já tem ofertas melhores do que essa, mas como tem a prioridade, o Vasco poderia exercer a compra nesses moldes.

Pelo lado da atual diretoria do Vasco, as expectativas não são boas. Desde a última semana, quando o Independiente fez esse “ultimato”, o presidente Alexandre Campello já encarava a possibilidade de fechar o negócio como “muito difícil”. Além dos problemas financeiros do clube, que deve os salários de outubro aos jogadores e a primeira parcela do 13º aos atletas e funcionários, a indefinição sobre o futuro presidente dificulta a negociação pelo jogador.

Nesta semana, Campello se reuniu com Leven Siano, mais votado na eleição do dia 7/11, e Jorge Salgado, vencedor da eleição do dia 14/11, para iniciar as conversas sobre a transição para o próximo presidente, que assume no meio de janeiro. Ainda em novembro, Leven fez contato com o empresário de Benítez e apresentou as garantias bancárias para fechar o negócio. O agente do jogador chegou a entrar em contato com o dirigentes do clube argentino, mas as conversas não avançaram pela indefinição sobre o futuro da eleição do Vasco. Já Salgado tem sido um pouco mais cauteloso quanto a questão financeira. Em vídeo divulgado no Twitter após a reunião com Campello, o candidato da Mais Vasco afirmou que a “primeira impressão não foi nada boa” e ressaltou que o clube deve fechar o ano com salários atrasados.

O fato é que, no momento, independente de quem vá assumir o clube, o Vasco não tem dinheiro para efetivar a compra de Benítez agora. Como a prioridade do Gigante da Colina na negociação vai até a próxima terça-feira, pode ser questão de tempo para o Independiente definir o futuro do jogador, que deve ser longe de São Januário.