Importante no elenco, Castan 'revive' polêmica em meio à crise no Vasco
A importância de Leandro Castan para o Vasco nesta edição da Série B do Campeonato Brasileiro é facilmente traduzida em números, mas os elogios pelas atuações dentro das quatro linhas não se refletem quando o assunto extrapola o "campo e bola". Uma resposta do zagueiro sobre a camisa que o Cruz-Maltino utilizou em homenagem ao movimento LGBTQIA+, no duelo com o Brusque, não pegou bem entre parte dos torcedores e reacendeu a polêmica em um momento em que a equipe busca mudar o cenário na competição.
Um dos mais experientes do elenco, Castan, de fato, tem sido peça-chave no decorrer de uma campanha que se apresenta bastante irregular na luta do Vasco para voltar à elite do futebol, ocupando apenas a décima colocação. No campeonato, o aproveitamento da equipe com ele é de 64,2%, enquanto em sua ausência cai para 19%.
Apontado como titular em um time que notoriamente apresenta problemas no setor defensivo —admitidos, inclusive, pelo técnico Lisca—, o camisa 5 faz elogios ao elenco e divide os méritos com os companheiros, salientando que o "futebol é um esporte coletivo".
A "lua de mel", porém, teve um contratempo devido a um assunto que voltou à tona e causou frisson, novamente. No fim de junho, o Cruz-Maltino encarou o Brusque, em São Januário em uma noite que ficou marcada pelas homenagens ao movimento LGBTQIA+. Além de o clube ter lançado e atuado com uma camisa com o arco-íris na faixa transversal, também houve outras ações — como a bandeirinha de escanteio que foi erguida por Cano na comemoração do gol que abriu o placar.
Horas antes de a bola rolar, quando o Vasco já havia apresentado a nova vestimenta, Castan, em uma rede social, publicou uma citação da Bíblia com a intenção de mostrar a origem do arco-íris, segundo o texto. À época, já havia recebido críticas de diversos torcedores, mas o assunto havia ficado para trás.
"Havia" porque ontem (1), mais de dois meses após aquele episódio, o camisa 5 foi o personagem da entrevista coletiva e, questionado, disse que "praticamente foi obrigado a vestir" a camisa. Além disso, apesar de rechaçar qualquer desconforto com Cano, disse que, se houve algum problema, foi resolvido internamente.
"Sei que ficou um pouco marcado para mim, mas, como cristão, processando a minha fé, é aquilo que penso. Não ficou nenhum desconforto. Muitos falaram que eu e o Cano tivemos problemas, não tivemos. E se a gente teve problema, resolvemos dentro do vestiário. Sou um capitão que vai resolver as coisas internamente, não vou brigar na frente de todo mundo para querer aparecer. Não sie qual tipo de capitão estão acostumados, mas eu resolvo internamente. Tenho algumas referências de capitão que tive na carreira, como Totti, De Rossi, Ronaldo e do Roberto Carlos. São líderes com os quais eu trabalhei, uso esses caras de espelho", disse.
"Claro que não sou perfeito, vou errar, mas resolvemos as coisas aqui dentro. Pode ter certeza que aqui no Vasco nunca faltou cobrança e respeito. Sou o primeiro a respeitar a instituição, o torcedor. No momento que expus o que acredito, quando fui, teoricamente, obrigado a vestir uma camisa, algumas pessoas não gostaram. Eu respeito a todos e acho que tenho de ser respeitado", completou.
Logo após a coletiva, diversos torcedores foram às redes sociais criticar o posicionamento do zagueiro, enquanto outros argumentos sobre o desempenho dele nas partidas. No restante do dia, o debate ganhou corpo e se tornou um elemento a mais ao mesmo tem em que, dentro dos muros da Colina, diretoria e comissão técnica buscam soluções a curto prazo para uma melhora no desempenho.
Enquanto isso, amanhã (3), o Vasco volta a campo contra o Brasil de Pelotas precisando da vitória para se aproximar do G4 e tentar iniciar uma nova fase na Série B.
Reforço chega hoje
O atacante equatoriano Jhon Sánchez chega hoje ao Rio de Janeiro e será submetido a uma revisão dos exames médicos antes de se integrar ao elenco. A apresentação vai acontecer no fim da tarde. O Vasco, inclusive, ainda está em busca de novos nomes no mercado e a zaga é um dos setores analisados.
E se fora do futebol, Castan e torcida não têm discursos consonantes, quando o assunto é o time, o camisa 5 e o técnico Lisca parecem estar afiados. Apesar de diversos elogios aos jovens do elenco, o jogador indicou também que peças mais experientes no elenco podem ajudar.
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