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Ídolo no River, carrasco do Flamengo... Conheça a história de Ramón Díaz

Quase três semanas depois de anunciar a demissão de Maurício Barbieri, o Vasco, enfim, está perto de acertar com um novo treinador: Ramón Díaz chega ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira para assinar contrato e dar início à passagem pelo clube. Aos 63 anos, ele vem de um trabalho com título no Al Hilal, da Arábia Saudita, e tem relação com dois clubes cariocas além do Cruz-Maltino.

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Díaz está sem clube desde maio, quando resolveu deixar o comando do Al Hilal para voltar à Argentina. Em março, um acidente de carro tirou a vida de sua esposa, Barbara Oliver, e o treinador decidiu ficar perto da família após a tragédia. Seu filho, Emiliano Díaz, comandou interinamente o time saudita durante - que, em julho, contratou Jorge Jesus.

Portanto, ele era o treinador do Al Hilal no Mundial de Clubes, disputado em fevereiro. Sua equipe venceu por 3 a 2 e eliminou o Flamengo de Vítor Pereira nas semifinais da competição (relembre no vídeo abaixo). Em seguida, foi derrotada pelo Real Madrid na decisão, com o placar de 5 a 3.

Em 2020, ele também teve uma passagem relâmpago pelo Botafogo. Díaz foi anunciado como novo treinador, mas, antes mesmo de estrear, viajou para o Paraguai para passar por uma cirurgia de retirada de um tumor na região da tireoide. Ele a princípio receberia alta em alguns dias, mas precisou ficar internado por mais tempo.

Enquanto isso, o Botafogo foi comandado em três jogos por seu filho, Emiliano Díaz. Foram três derrotas consecutivas. Sem poder esperar pelo retorno do treinador e em situação complicada na tabela do Brasileiro na ocasião, o clube decidiu encerrar o contrato. Díaz não comandou a equipe em uma partida sequer.

Ramon Díaz foi técnico da seleção do Paraguai de dezembro de 2014 a junho de 2016. Ex-atacante de renome, ele também tem no currículo passagens como treinador por River Plate, San Lorenzo, Independiente, América do México e Al-Nasr, dos Emirados Árabes.

Ídolo no River e técnico argentino com mais títulos

Díaz foi um atacante goleador e fez grande parte da carreira no River, onde é ídolo. Como jogador, conquistou duas vezes o Campeonato Argentino. Mas sua idolatria no clube se deve, sobretudo, pelo trabalho como treinador.

Ele levou o River ao título da Libertadores em 1996, depois de uma década sem que o clube conquistasse a competição. Além disso, faturou três vezes o Apertura, uma vez o Clausura e ganhou a Supercopa Sul-Americana pelos Millonarios. Por muito tempo foi o treinador mais vencedor da história do River até ser superado por Marcelo Gallardo.

Em maio, Ramón Díaz conquistou seu 16º título como treinador: foi campeão da Copa do Rei da Arábia Saudita no comando do Al Hilal. O feito fez com que alcançasse um recorde: ele igualou Helenio Herrera e se tornou o técnico argentino com mais conquistas na história.

Briga com Maradona e vítima do Vasco

Ainda como treinador, Díaz também esteve no caminho do Vasco em um dos momentos mais emblemáticos da história do clube: ele era o treinador do River Plate na semifinal da Libertadores de 1998, confronto que ficou marcado pelo gol de falta de Juninho Pernambucano. Lance que virou música para a torcida: "... gol do Juninho, Monumental!".

O Vasco passou para a final e conquistou a primeira Libertadores de sua história na final contra o Barcelona de Guayaquil.

Como jogador, Díaz protagonizou uma história peculiar com o maior de todos os ídolos argentinos, Diego Maradona. Os dois são da mesma geração e conquistaram, juntos, o título da Copa do Mundo Sub-20 em 1979 - Díaz foi o artilheiro da competição, e Maradona, o melhor jogador.

Antes muito amigos, os jogadores se afastaram no decorrer da carreira. O principal motivo era a camisa que vestiam: Ramón Díaz no River Plate e Diego no Boca Juniors. Na Argentina, dizem que o desafeto tornou-se tamanho que El Diez teria seria sido o causador da ausência de Díaz entre os convocados para a Copa do Mundo de 1986, no México.

Quando Maradona morreu, Díaz escreveu: "Descanse em paz, Diego. Minhas condolências para toda sua família".

 

Fonte: ge