Ibope de Vasco x Serra foi superior ao do jogo do Botafogo
Em março de 2011, o Clube dos 13 fez um anúncio que poderia ter mudado os rumos do futebol brasileiro: a RedeTV havia sido a vencedora da concorrência pelos direitos do Brasileirão. A processo pouco importou porque a entidade não foi capaz de reuniu os clubes novamente. A negociação em conjunto foi quebrada, e a Globo acertou com os times individualmente.
Oito anos depois, com a Copa Sul-Americana, pode-se ver o que seria do futebol brasileiro sem a Globo. E os números não são nada animadores. Eles dão uma enorme força àqueles que cravaram que, para a emissora carioca perder os direitos, deveria haver um ágio significativo para o canal vencedor. Caso contrário, os times ficariam no prejuízo graças a exposição inferior, com audiência abaixo do que acontecia.
Há, claro, várias ponderações em relação à Sul-Americana na RedeTV. O torneio tem menos prestígio, a transmissão é uma novidade e há ainda pouca divulgação.
Mesmo assim, a diferença é muito significativa. No caso do Corinthians, foram 20 pontos em um período de uma semana, entre a Sul-Americana na RedeTV e a Copa do Brasil na Globo. A emissora carioca registrou um Ibope quase quatro vezes superior à concorrente.
No Rio de Janeiro, a diferença foi ainda maior. Enquanto a Copa do Brasil registrou 21 pontos na Globo com o Vasco, a RedeTV teve pico de 2,3 pontos na Sul-Americana, com a presença do Botafogo.
E não podia ser diferente. Antes de a Globo exibir a Copa do Brasil, a emissora passava a novela das 9. Na RedeTV, o "pré-jogo" foi um culto da Igreja Internacional da Graça de Deus. As imagens anteriores ao jogo viraram piada nas redes sociais.
A parceria entre RedeTV e DAZN deixa algo claro no mercado brasileiro: a negociação por TV não pode ser simplificada nunca, independentemente de ser em grupo ou individualmente. Parece óbvio, mas, em 2011, Alexandre Kalil, então presidente do Atlético-MG, declarou: "Quem pagar mais pelo direito de transmitir mostra os jogos e acaba logo com essa história". E muita gente concordou na época.
Isso não significa que os clubes sejam reféns da Globo, mas que precisam se organizar para equilibrar a promoção que a emissora oferece. O melhor caso no Brasil é do NBB, que de fato abriu mão do canal. A liga de basquete, no entanto, expandiu a possibilidade de exposição, com transmissões em diversos veículos. Desse modo, compensou a força global com uma rede de parcerias de mídia.
Fonte: Máquina do EsporteMais Lidas
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