Futebol

Há vida sem Romário

Há um mês, quando Romário, na sala do presidente Eurico Miranda, anunciou que estava indo jogar nos Estados Unidos, a dúvida era saber como o time do Vasco se comportaria sem o jogador que o liderou nos últimos anos.
Passados sete jogos sem a camisa 11 entrar em campo, a resposta não poderia ser mais animadora. O Vasco vai muito bem, obrigado, sem o veterano atacante. Mais do que isso, em alguns pontos, o time mostrou progresso.

São cinco vitórias e dois empates desde então. O ataque não carece de gols. Tem a segunda melhor média da temporada, entre os times da Série A, e não deixou de marcar em nenhum jogo na era pós-Baixinho.

Em termos físicos, a saída de Romário abriu espaço para que o técnico Renato Gaúcho pudesse escalar juntos Edílson e Ramon. Lançar três veteranos ao mesmo tempo seria demais e, por isso, Ramon estava sendo sacrificado no banco.

No discurso, ninguém admite abertamente que a ida de Romário para o exterior acabou sendo uma boa para o time. Mas os depoimentos sobre a nova fase do time deixam claro que a equipe ganhou uma nova forma de jogar que, provavelmente, não seria viável com o Baixinho em campo.

- Encontramos um padrão de jogo. O ataque começa na defesa e a defesa começa no ataque. Todos estão se ajudando - analisa o goleiro Cássio.

O esquema com o quarteto ofensivo só é possível se os jogadores de frente se dedicarem.

- Estamos tendo humildade de voltarmos para trás da linha da bola quando estamos sem ela. Principalmente nós lá da frente, temos de ajudar nisso - disse Morais.

Seria impensável exigir de Romário que, aos 40 anos, voltasse sempre para marcar. Além de sua ausência tornar possível um time em que os 11 jogadores pegam, o Vasco agora mostra muita velocidade nos contra-ataques.

- Eu e o Edílson formamos uma dupla veloz. Corremos o tempo todo, puxamos contra-ataques. Por isso, também, que voltamos a vencer fora de casa - disse Valdiram, autor de quatro gols na era pós-Romário.

Mais solidariedade, velocidade e marcação. No desfalque de Romário, quando muitos pensaram que estaria o começo do fim deste Vasco, pode ter sido aberta a porta para novos tempos em São Januário.

Fonte: Lance