Hinos oficiais dos clubes cariocas, inclusive do Vasco, caíram no esquecimen

Bem antes de Lamartine criar letras e melodias para os clubes cariocas, estes já tinham hinos oficiais. Mas, tirando o do Flamengo, composto pelo ex-goleiro Paulo Magalhães, em 1920, que tem os versos \"Flamengo, Flamengo/ Tua glória é lutar/ Flamengo, Flamengo/ Campeão de terra e mar\", os outros são absolutamente desconhecidos. Isso só comprova o quanto Lamartine foi feliz em seus hinos e o quanto ele soube captar, lá nos anos 40, a alma dos clubes e de suas torcidas.

O do Botafogo é um bom exemplo, pois o hino foi censurado na época pelo então presidente Ademar Bebiano. Motivo: o cantor Nuno Rolland errou ao trocar o \"desde\" pelo \"de\" na frase \"Botafogo, Botafogo, campeão desde 1910\". Lamartine tentou explicar que havia sido um equívoco, mas a marcha foi proibida. No entanto, a força da canção fez com que o hino oficial, de Eduardo Souto e Otacilio Gomes, fosse esquecido.

Imagina, então, a torcida vascaína, após um gol de Romário, cantando os versos: \"Clangoroso, apregoa, altaneiro/ O clarim estridente da fama/ Que dos clubes do Rio de Janeiro / O invencível é o Vasco da Gama\", de Joaquim Barros Ferreira da Silva. Bem melhor a homenagem à colônia portuguesa feita por Lamartine. Curioso também é o hino oficial do Fluminense, composto em 1916, portanto, 30 anos antes do que ganhou a bela melodia de Lírio Panicali. A letra de Antônio Cardoso de Menezes Filho, interpretada pela orquestra e coro do Teatro Municipal, começa assim: \"O Fluminense é um crisol/ Onde apuramos a energia/ Ao pleno ar, ao claro sol/ Lutando em justas de alegria\".