Futebol
Leonardo da Silva Lima tem cadeira cativa na história vascaína. Num futebol permeado por mitos e heróis legendários, há que se registrar a proeza e o feito de Léo Lima na conquista do último título carioca do Gigante da Colina, no ano de 2003.
Além de ter feito o primeiro gol do time de São Januário, na decisão contra o Fluminense, Léo Lima teve a ousadia e a irreverência de escrever, com os pés, um dos lances antológicos que ficaram para a posteridade na memória poética do futebol. Aos 15 minutos do segundo tempo de uma partida muito conturbada, Léo Lima caiu pela ponta esquerda e efetuou um incrível cruzamento de letra, que percorreu toda a extensão da área, foi ajeitado por Cadu e finalizado por Souza. O gol garantiria o placar de 2x1. O Vasco fez-se campeão carioca daquele ano.
Por seus recém-completados 30 anos no último dia 14 de janeiro, o jogador recebe esta singela homenagem do SUPERVASCO.
LÉO LIMA: TOQUE DE CLASSE E PASSE DE LETRA
Léo Lima é, no trato com a bola, um dos jogadores mais elegantes que o futebol já nos mostrou. Talvez em função de tão grande elegância e garbo com a bola dominada, seu futebol não tenha alcançado o mesmo nível de produtividade que dele se esperava. Para os adeptos do futebol-força e dos esquemas táticos onde prevalecem as teorias dos treinadores que violam a característica de seus comandados, Léo Lima acaba parecendo lento, não-engajado, disperso.
A verdade é que esse grande jogador, de rara habilidade e privilegiada visão de jogo, repete nos gramados a elegância de seu bisavô, o antológico Isaías do Expresso da Vitória. E Léo Lima lembra como foi sua trajetória inicial, ao ser contratado ao Madureira para brilhar em São Januário.
Eu não fui direto para o profissional porque no time tinha Juninho Pernambucano, Ramon, Pedrinho, Júnior Baiano, Jorginho, Romário, só craque. Ia para o banco, voltava, jogava no júnior e isso foi me amadurecendo, fui adquirindo experiência com eles. Em meu primeiro jogo profissional eu dividi quarto com o Juninho Pernambucano que, na minha primeira concentração, já me deu vários conselhos lembra, recordando sua chegada ao Vasco, em 2001.
Léo Lima mostra oportunismo e marca o primeiro gol do Vasco contra o Fluminense na final do Carioca de 2003
Foi somente a partir de 2003 que Léo Lima começou a disputar posição e se firmar como um dos titulares. O Vasco era um time bem montado em 2003. Tinha jogadores como Souza, Marcelinho Carioca, Rodrigo Souto. Tinha um ótimo treinador, o Antonio Lopes. Isso nos ajudou na conquista do título. E recorda o jogo onde ocorreu o feito mais memorável de sua carreira:
Foi uma partida muito difícil, muita confusão, arbitragem polêmica... teve de tudo. Sobre a letra que fiz, algumas pessoas me encontram na rua e ainda comentam sobre o lance, fui muito ousado na hora comenta, com ar de riso, numa inevitável volta ao passado.
Léo Lima não esconde que jamais teria saído do clube, naquele momento, se não fosse por questões políticas. Leia-se: uma indisposição com o então todo-poderoso mandatário Eurico Miranda. Léo saiu do Vasco e passou por vários clubes do futebol brasileiro. Mas guarda, com carinho, os dias em que seu futebol brilhou pela equipe do Goiás. Fiquei lá por pouco tempo, mas o carinho que recebi dentro e fora do clube foi fantástico. Minha família adorou Goiânia, e gostaria muito de um dia voltar a morar lá.
Léo Lima comemora gol pelo Goiás: Meia brilhou no \"Esmeraldino\" em 2009
O DNA vascaíno de Léo Lima também falou alto no episódio mais dramático da história do clube.
A queda para a Série B foi algo lamentável! afirma, lembrando que chegou a integrar a primeira lista de reforços para a campanha do retorno.
Na época, Léo Lima fez vários discursos em favor da doação e da paixão pela camisa para redobrar a garra e a motivação do grupo em busca da reabilitação.
Sabia quer seria uma pressão enorme, mais dei a cara pra bater e assumi a responsabilidade. Acabei deixando o Vasco porque havia pessoas lá dentro que falavam que eu ganhava muito pra jogar muito pouco, então achei melhor sair! conta, justificando sua saída do clube após não ter correspondido as expectativas daquela temporada.
Léo Lima em ação com a camisa do Vasco em 2009
Sobre o ano de redenção do Vasco, que foi 2011, Léo afirma ter acompanhado as partidas e comentou a campanha no Brasileirão:
Acompanhei, sim, vários jogos do Vasco. O desempenho foi maravilhoso, achei até que quem merecia ganhar o Brasileirão era o Vasco. O clube montou um ótimo time, o Vasco só não ganhou porque houve muitos erros de arbitragem, isso prejudicou muito declarou.
Léo Lima aposta na experiência do time atual, nos talentos de jogadores fortemente ligados ao clube, como Juninho e Felipe, e no modelo de liderança implantado por Ricardo Gomes para que o Vasco brilhe nesta temporada e conquiste sua segunda Taça Libertadores.
Atualmente defendendo o Al-Nasr, o meia ainda sente bem perto o carinho e a gratidão da família vascaína:
Queria agradecer à torcida do Vasco, que sempre acreditou em mim. Foi no Vasco que realmente as oportunidades começaram a aparecer, o Vasco abriu várias portas. Só tenho a agradecer a esse clube maravilhoso. E desejo uma boa sorte neste ano tão importante para o Vasco. Estarei daqui do Qatar torcendo muito para o Vasco conquistar a libertadores! conclui.
Léo Lima em ação pelo Al-Nasr (EAU)
Léo Lima encerra sua conversa com o SUPERVASCO com um certo saudosismo, deixando, no ar, a esperança de, um dia, retornar a seu país e ao clube que o lançou. Porque Léo Lima entende desse negócio de desenhar coisas no ar. Aquele passe de letra que o diga...
RELEMBRE O JOGO E A OBRA DE ARTE
REPORTAGEM: Carlos Gregório Júnior
TEXTO: Hélio Ricardo Rainho
Fonte: -
Herói do último título, Léo Lima é entrevistado pelo SuperVasco
Leonardo da Silva Lima tem cadeira cativa na história vascaína. Num futebol permeado por mitos e heróis legendários, há que se registrar a proeza e o feito de Léo Lima na conquista do último título carioca do Gigante da Colina, no ano de 2003.
Além de ter feito o primeiro gol do time de São Januário, na decisão contra o Fluminense, Léo Lima teve a ousadia e a irreverência de escrever, com os pés, um dos lances antológicos que ficaram para a posteridade na memória poética do futebol. Aos 15 minutos do segundo tempo de uma partida muito conturbada, Léo Lima caiu pela ponta esquerda e efetuou um incrível cruzamento de letra, que percorreu toda a extensão da área, foi ajeitado por Cadu e finalizado por Souza. O gol garantiria o placar de 2x1. O Vasco fez-se campeão carioca daquele ano.
Por seus recém-completados 30 anos no último dia 14 de janeiro, o jogador recebe esta singela homenagem do SUPERVASCO.
LÉO LIMA: TOQUE DE CLASSE E PASSE DE LETRA
Léo Lima é, no trato com a bola, um dos jogadores mais elegantes que o futebol já nos mostrou. Talvez em função de tão grande elegância e garbo com a bola dominada, seu futebol não tenha alcançado o mesmo nível de produtividade que dele se esperava. Para os adeptos do futebol-força e dos esquemas táticos onde prevalecem as teorias dos treinadores que violam a característica de seus comandados, Léo Lima acaba parecendo lento, não-engajado, disperso.
A verdade é que esse grande jogador, de rara habilidade e privilegiada visão de jogo, repete nos gramados a elegância de seu bisavô, o antológico Isaías do Expresso da Vitória. E Léo Lima lembra como foi sua trajetória inicial, ao ser contratado ao Madureira para brilhar em São Januário.
Eu não fui direto para o profissional porque no time tinha Juninho Pernambucano, Ramon, Pedrinho, Júnior Baiano, Jorginho, Romário, só craque. Ia para o banco, voltava, jogava no júnior e isso foi me amadurecendo, fui adquirindo experiência com eles. Em meu primeiro jogo profissional eu dividi quarto com o Juninho Pernambucano que, na minha primeira concentração, já me deu vários conselhos lembra, recordando sua chegada ao Vasco, em 2001.
Foi somente a partir de 2003 que Léo Lima começou a disputar posição e se firmar como um dos titulares. O Vasco era um time bem montado em 2003. Tinha jogadores como Souza, Marcelinho Carioca, Rodrigo Souto. Tinha um ótimo treinador, o Antonio Lopes. Isso nos ajudou na conquista do título. E recorda o jogo onde ocorreu o feito mais memorável de sua carreira:
Foi uma partida muito difícil, muita confusão, arbitragem polêmica... teve de tudo. Sobre a letra que fiz, algumas pessoas me encontram na rua e ainda comentam sobre o lance, fui muito ousado na hora comenta, com ar de riso, numa inevitável volta ao passado.
Léo Lima não esconde que jamais teria saído do clube, naquele momento, se não fosse por questões políticas. Leia-se: uma indisposição com o então todo-poderoso mandatário Eurico Miranda. Léo saiu do Vasco e passou por vários clubes do futebol brasileiro. Mas guarda, com carinho, os dias em que seu futebol brilhou pela equipe do Goiás. Fiquei lá por pouco tempo, mas o carinho que recebi dentro e fora do clube foi fantástico. Minha família adorou Goiânia, e gostaria muito de um dia voltar a morar lá.
O DNA vascaíno de Léo Lima também falou alto no episódio mais dramático da história do clube.
A queda para a Série B foi algo lamentável! afirma, lembrando que chegou a integrar a primeira lista de reforços para a campanha do retorno.
Na época, Léo Lima fez vários discursos em favor da doação e da paixão pela camisa para redobrar a garra e a motivação do grupo em busca da reabilitação.
Sabia quer seria uma pressão enorme, mais dei a cara pra bater e assumi a responsabilidade. Acabei deixando o Vasco porque havia pessoas lá dentro que falavam que eu ganhava muito pra jogar muito pouco, então achei melhor sair! conta, justificando sua saída do clube após não ter correspondido as expectativas daquela temporada.
Sobre o ano de redenção do Vasco, que foi 2011, Léo afirma ter acompanhado as partidas e comentou a campanha no Brasileirão:
Acompanhei, sim, vários jogos do Vasco. O desempenho foi maravilhoso, achei até que quem merecia ganhar o Brasileirão era o Vasco. O clube montou um ótimo time, o Vasco só não ganhou porque houve muitos erros de arbitragem, isso prejudicou muito declarou.
Léo Lima aposta na experiência do time atual, nos talentos de jogadores fortemente ligados ao clube, como Juninho e Felipe, e no modelo de liderança implantado por Ricardo Gomes para que o Vasco brilhe nesta temporada e conquiste sua segunda Taça Libertadores.
Atualmente defendendo o Al-Nasr, o meia ainda sente bem perto o carinho e a gratidão da família vascaína:
Queria agradecer à torcida do Vasco, que sempre acreditou em mim. Foi no Vasco que realmente as oportunidades começaram a aparecer, o Vasco abriu várias portas. Só tenho a agradecer a esse clube maravilhoso. E desejo uma boa sorte neste ano tão importante para o Vasco. Estarei daqui do Qatar torcendo muito para o Vasco conquistar a libertadores! conclui.
Léo Lima encerra sua conversa com o SUPERVASCO com um certo saudosismo, deixando, no ar, a esperança de, um dia, retornar a seu país e ao clube que o lançou. Porque Léo Lima entende desse negócio de desenhar coisas no ar. Aquele passe de letra que o diga...
RELEMBRE O JOGO E A OBRA DE ARTE
REPORTAGEM: Carlos Gregório Júnior
TEXTO: Hélio Ricardo Rainho
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