Guiñazu mantém esperança: "Temos grandes chances de ficar na Série A"
Depois de Juninho, a contratação de Guiñazu era um dos raros tiros considerados certeiros pelo Vasco para sobreviver sem grandes riscos no Brasileiro de 2013. Carismático e caricato, o argentino de 35 anos - que tem contrato até julho de 2015 com o time carioca - era também uma esperança de promoção do clube, que poderia usar a imagem do jogador em produtos oficiais do clube. Mas, logo na estreia, uma lesão atrapalhou todos planos e frustrou diretoria, vascaínos e ele próprio, que revela ter sentido raiva de se machucar em tão pouco tempo no novo clube.
Nas contas do Cholo Loco, apelido que recebeu na Argentina, foram 100 dias fora de combate. No entanto, ao seu estilo, com liderança adquirida ao longo da carreira e logo implementada em São Januário, ele esteve sempre presente em preleções, no vestiário, com derrota ou vitória, e no dia a dia do grupo vascaíno. O período fora também serviu para uma mudança radical na cabeça de Guiñazu: o volante aguerrido adotou tranças artificiais no lugar da careca intimidadora de outros tempos. Nada, porém, que faça diferença na carreira do veterano nascido em Córdova.

- Aprendi no futebol que se você não correr e brigar, pode estar cabeludo, careca, com cabelo nas costas, que não vai dar certo. O estilo de jogo é o que importa. Se você estiver sempre jogando com essa garra, com essa intensidade, pode ter o visual que for. Se não fizer isso, as coisas não vão dar certo – afirma o argentino.
Na véspera de fazer sua terceira partida pelo Vasco, Guiñazu mostra total adaptação com o grupo vascaíno. Com descontração e bom humor habituais, o argentino provoca risos e cativa o ambiente mesmo em tempos de crise em São Januário. Apesar da frustração em se lesionar logo na estreia, ele fez questão também de participar ativamente da vida do clube, enquanto esteve fora. Muitas vezes, levou a família para assistir aos jogos no clube ou até fora do Rio - na vitória da estreia de Adilson, familiares de Guiñazu estavam no estádio em Macaé.
- Tento ser um cara muito positivo, a escola Argentina me fez assim. Gosto de estar próximo, de olhar no rosto do jogador, seja na vitória ou na derrota, quero vibrar junto, comemorar com eles, não importa se eu não estiver jogando, se não estiver em campo - diz Guiñazu, que ainda não tinha vivido uma situação de lutar contra o rebaixamento.
- Temos grandes chances de ficar na Série A. Vamos entrar com sangue no olho, encarar todo momento muito focado, como um grupo comprometido que quer sair dessa situação. Estou aqui há pouco tempo, mas realmente parece que são anos. Me sinto orgulhoso de fazer parte desse grupo, que me deu carinho, que me recebeu de maneira espetacular.
Feliz com retorno ao time, porém angustiado com a possibilidade da queda, Guiñazu confessa que se sentiu muito mal quando saiu do time no clássico contra o Botafogo, no fim do primeiro tempo. Contra o Grêmio, na sua volta, ele ainda não se sentia em perfeitas condições, mas acredita que tenha aguentado bastante a intensidade da partida.
- Há duas coisas que senti nos últimos tempos. A felicidade pela volta, mas também uma raiva intensa, uma tristeza, por ter ficado tanto tempo fora e voltar para apenas quatro, cinco jogos, sem estar 100% das condições, porque o ritmo de jogo só volta conforme os jogos acontecem. Joguei contra o Grêmio até quando aguentei. Mas claro que a perna pesou um pouco no fim - lembra o argentino.
Fonte: ge- SuperVasco