Grupo Fuzarca publica nota: 'O cuspe'
O Cuspe
Em dezembro de 2021, o Conselho de Beneméritos do Vasco apresentou à diretoria administrativa 11 questionamentos sobre o que pretende com a Companhia Vasco da Gama.
No dia 1.2.2022, foram respondidos pelos futuristas exatamente o resultado de 11×0 perguntas. Nenhum questionamentozinho, o mais réles que fosse, foi destrinchado. Muito pelo contrário, quem tinha dúvidas do que os iluminados pretendem com o Vasco, ficou ainda com mais dúvidas. Já quem não tem dúvida qualquer, mais convicto ainda teve a oportunidade de ficar.
Confesso que li a não-resposta com a exata atenção que ela merece: quase nenhuma. Não por desprezar o tema, mas porque quem preparou o texto do documento é um daqueles, ou, se feito em conjunto, são uns daqueles convictos da própria pobreza semi-intelectual. E, ao respeitá-la, buscam a profundidade de uma piscina para crianças de até 3 anos de idade.
Burrice e despreparo à parte, o segmento que agrupa letras que deveria interessar aos vascaínos é mais ou menos o seguinte:
“Os riscos de transformar o Vasco em uma SAF são os mesmos de um negócio qualquer.”
Quem não quiser perder tempo com todo o resto, que a rigor se trata de um projeto de destruição da Instituição fundada em 1898, pode apenas se concentrar neste espetacular resumo. O trecho exprime justamente o que essa gente jamais teve coragem de dizer publicamente, mas, agora, fruto de uma estranha ansiedade mercantil, grita com cada uma das letras e a plenos pulmões.
Não pretendo mais discutir a ausência de autoridade moral e/ou intelectual dos mentores disso e dos seguidores idiotizados de sempre. São os mesmos que assinaram sob cada uma das opiniões compradas de blogueiros que possuem interesse histórico neste “grand finale” pretendido para o Vasco. E olha que as investidas vêm de longe, há pelo menos duas décadas.
Quero, somente, me concentrar no trecho “um negócio como outro qualquer”.
Eu imagino que boa parte dos colegas do Conselho de Beneméritos vão espalhar, após esta magnífica resposta, a pastelagem de que “este não é um Poder político, é um poder de consenso”.
É um direito deles simular consenso no sentido de que o Vasco é um negócio como outro qualquer, embora eu esteja certo de que seus ancestrais se revirarão das covas rasas aos mausoléus.
Porém, desde já, aviso aos navegantes para que não contem comigo. A resposta devolvida pela diretoria administrativa é um cuspe em suas caras. Já passou da hora de oferecerem a si próprios algum resquício de auto-respeito.
João Carlos Nóbrega
Fonte: Site Grupo Fuzarca