Grande benemérito cobra valor milionário do Vasco na Justiça
O grande benemérito, Gilson Honório Ferreira, entrou na Justiça contra o Vasco. O valor da ação ultrapassa os R$ 3 millhões. O Jogada10 teve acesso ao processo, que corre na 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro desde o dia 22 de junho deste ano.
Gilson Honório Ferreira alega que foi contratado pelo Vasco no dia 2 de janeiro de 2015, na gestão do presidente Eurico Miranda, como supervisor do futebol profissional. O autor afirma que era o encarregado da logística dos jogos do time no Rio de Janeiro, mas jamais teve o vínculo registrado na carteira de trabalho.
Em 2 de abril de 2018, com o presidente Alexandre Campello, firmou um contrato de prestação de serviços, no valor de R$ 9.780,00 por mês. O vínculo foi encerrado no dia 15 de março pela gestão do presidente Jorge Salgado. Gilson Honório afirma na ação que não recebeu nenhuma verba rescisória, o que o motivou a entrar na Justiça e pedir o vínculo empregatício.
O autor ainda pede equiparação salarial com o cargo de supervisor de futebol, função que foi exercida por Antonio Garcia (até dezembro de 2017), e Fabiano Lunz, que segue no Vasco. Gilson Honório afirma que realizou as mesmas atribuições que eram desempenhadas pelos dois profissionais. Bichos por vitórias e horas extras também integram o montante da dívida cobrada pelo grande benemérito.
Os valores cobrados
Férias: R$ 90.396,71
Aviso prévio: R$ 15.811,15
15 dias trabalhados em março: R$ 4.940,99
13ºs salários: R$ 57.915,56
FGTS: R$ 146.185,58
Multa de 40% sobre FGTS: R$ 57.968,27
Equiparação salarial: R$ 264.655,48
Pagamento dos Bichos: R$ 361.895,50
Horas extras: R$ 943.911,57
Honorários subumbenciais de 15%: R$ 301.951,93
Crédito previdenciário: R$ 407.285,14
Imposto de renda: R$ 367.787,11
Custas processuais de 2% da ação: R$ 25.734,28
Valor da ação: R$ 3.046.439,27
A juíza Ana Teresinha de França Almeida e Silva Martins é quem está julgando o caso. A primeira audiência está marcada para o dia 10 de março do ano que vem, às 10h30.
Vasco se defende
Em sua defesa, o Vasco alegou que Gilson Honório Ferreira omitiou o fato de ser sócio e grande benemérito propositalmente, já que a relação se enquadaria em uma questão estatutária e não trabalhista.
“O autor litiga de má-fé ao alterar a verdade dos fatos, a exemplo de ser Grande Benemérito do Clube e membro do Conselho de Beneméritos, há mais de 40 (quarenta) anos, o que sequer foi mencionado na petição inicial. Inaceitável que reclamante busque amparo no beneplácito da Justiça do Trabalho para se apresentar como um trabalhador em busca de direitos trabalhistas, quando na verdade o autor é sócio, Grande Benemérito e agente político do clube réu, com participação na Diretoria através do Conselho de Beneméritos e Conselho Deliberativo, há mais de 40 (quarenta) anos!”.
O clube afirma também que Gilson Honório Ferreira “jamais prestou qualquer serviço ao clube, muito menos exerceu a função de Supervisor da equipe profissional de futebol, bem como as atividades declinadas na inicial, as quais jamais foram desempenhadas pelo reclamante”.
Por fim, o Vasco afirma que a ação movida pelo grande benemérito tem cunho político.
“Dada a posição política de destaque do reclamante perante o reclamado, por tão longo período, não permite que o mesmo se apresente, agora que seu grupo político está afastado da Diretoria Administrativa, como um empregado do Club de Regatas Vasco da Gama”.
Fonte: Jogada 10