Futebol

Goleiro Roberto defende estilo duro, mas leal, do Grêmio de Celso Roth

Em entrevista ao repórter Wilson Pimentel, da Super Rádio Brasi, o goleiro Roberto fala sobre sua expectativa para o jogo contra o Grêmio e sobre o fato do time gaúcho ser muito faltoso poderia inibir os vascaínos:
"Olha, nós trabalhamos com o Celso Roth aqui em 2007 e sabemos que.... eu posso afirmar que em nenhum momento ele pede pra você ser desleal dentro de campo. Ele pede o que todo treinador pede: Quando chegar próximo da área, quando o time adversário tiver perigo de gol, estiver se aproximando da nossa área... a falta faz parte do futebol. Às vezes você chega mais devagar ou às vezes mais forte. Agora, a falta... Tá comprovado que muitas vezes o time que faz mais falta ganha o jogo, porque pára o ataque do adversário. Então, nós temos que saber que se o time do Grêmio faz as faltas, isso aí tá sendo benéfico para eles, porque eles são líderes do campeonato. E eu também peço para o pessoal. Chegou perto da nossa área, quando tiver se criando a jogada, faz a faltinha ali, mata a jogada, que se isso aí já quebra o ritmo do adversário, até dar tempo do nosso time se posicionar. Então, o Celso Roth só tá pedindo, porque eu conheço ele, o que ele pedia para nós aqui no Vasco. Não tá pedindo nada além da normalidade, que é você parar a jogada do time adversário"

Sobre a alta média de faltas da equipe gaúcha:
"Eu acabei de falar. O time do Grêmio é líder do campeonato. Se eles estão fazendo falta ou não, a questão das faltas que eles estão fazendo tá ajudando o time deles, porque praticamente você não vê o adversário tendo uma superioridade sobre o time do Grêmio. Justamente por isso, quando eles [os adversários do Grêmio] vão criar a jogada, eles [o time do Grêmio] já tão fazendo a falta, já tão parando a jogada, dá tempo do time deles se posicionar e até o time começar tudo de novo, chega uma hora que o jogador se irrita, porque toda hora tu tá criando uma jogada e toda hora [o Grêmio] quebra o ritmo. Eu sou lá do sul também e sei que o futebol por lá é forte. Fui acostumado desde o tempo de juvenil, júnior, lá é pegado mesmo. Então, eu não culpo o Grêmio, não vou contra eles mesmo, porque faz parte do jogo, tem o árbitro pra coibir isso, quando o jogador chega de forma mais violenta. Não tô falando que o futebol tem que ser violento, porque a deslealdade, em nenhum segmento da vida, você pode bater palma. Agora, uma falta pra matar a jogada, sou totalmente a favor"

Sobre a possibilidade de ser mantido como titular:
"Nesse mérito de eu ser titular ou não, eu deixo para o Tita. Só tenho a agradecer a ele pelas oportunidades que ele tem me dado. Não pela oportunidade, porque ela aconteceu de uma forma que o Tiago andou se machucando. Então, não pelo fato d ´ele ter me dado a oportunidade, mas pelo fato da confiança que ele me deu na oportunidade que me foi dada. Me colocou de titular do time, sem problema nenhum, me colocou de capitão. Então, a confiança que ele me deu, a confiança que ele depositou em mim, junto com a titularidade, foi o que mais valeu. Se ele vai me manter ou não, isso aí é... Já passei por tanta coisa aqui no Vasco, já fui tão humilhado, aqui, tão... fizeram tanta coisa aqui que se ele optar por eu não jogar, não tem problema nenhum. O que importa é o que eu sempre falava: Depois que eu saí do time titular, por lesão, e nunca mais voltei, eu queria duas partidas. Se eu jogasse duas partidas, teria uma grande chance de eu voltar a ser titular do time. E eu consegui, com bastante trabalho. O ano passado, 2007 foi um ano muito triste pra mim, porque fui passado muito pra trás aqui. Só que esse ano, as coisas começaram bem. Eu tive, realmente, essas 2 partidas seguidas que eu sempre pedi. Eu tive as duas partidas e deu certo, joguei 4 partidas agora e já se criou essa dúvida. Então, pra mim, isso aí, pode ter certeza de que foi de grande valia, e pode ser considerado uma volta por cima, porque passar pelo que eu passei aqui no Vasco, ser humilhado da maneira que eu fui e ter conseguido entrar no time na situação que eu entrei, numa pressão muito grande, e ter dado conta do recado, é porque algum valor eu tenho"

Perguntado se guardava alguma mágoa de Celso Roth que não o aproveitou, Roberto respondeu:
"É, isso aí mesmo. Ainda bem que você se lembra [Roberto foi apontado por Pimentel como o goleiro que salvou o Vasco do rebaixamento em 2005], porque tem muitas pessoas que parece que já esqueceram. Te dou os parabéns por ter lembrado. Dá pra ver que tu não tem memória curta. Do Celso Roth, não. Foi um cara que me ajudou muito, por sinal, me deu bastante força. Só que eu dei azar que na hora que ele ia me pôr pra jogar, ele saiu e, juntamente com essa trairagem toda que foi feita comigo, eu não fui inscrito na Copa Sul-Americana. E era justamente o jogo que o Romário assumiu, e eu não podia jogar. Aí, ele optou pelo Cássio. Então, muitas coisas aconteceram pra que eu não voltasse a jogar. Agora, o Celso Roth, só tenho a agradecer a ele pelo que ele fez por mim, e porque ele conversava sempre comigo e me ajudou bastante. Então é um grande treinador, que fez um grande trabalho aqui no Vasco, e eu só tenho a agradecer a ele pela oportunidade que... ele não me colocou para jogar porque não teve a chance, porque quando ele ia me colocar, eu não tava inscrito na Copa Sul-Americana e ele não poderia ter me posto pra jogar no domingo contra o Atlético Mineiro, sendo que na quarta-feira ele já não poderia contar comigo. mas a vontade d´ele me pôr pra jogar era grande, e isso ele me falou, então só tenho a agradecer a ele"

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