Gol, expulsão, sufoco e três pontos
Tensão em São Januário. Carlos Alberto acabara de ser expulso, bem no fim do primeiro tempo. Torcedores nervosos. No Twitter, sou obrigado a ler um mapa de impropérios, por ter concordado com a decisão do árbitro, alvo de deboche do jogador após levar o primeiro amarelo. O Vasco vencia o Vitória por 1 a 0, primeiro gol de Zé Roberto com a camisa do clube, após a primeira subida de Rafael Carioca, e o primeiro cruzamento do garoto Max entre os marmanjos. Mas a atmosfera era pesada. Até que Paulo Cesar Gusmão volta do vestiário e, ao microfone de Janaína Xavier, do PFC, dá a receita do que o time deveria fazer no segundo tempo. Nós jogamos no primeiro tempo. Agora teremos que lutar. Teremos perdas técnica, mas é hora da entrega.
Foto de Marcelo Sadio
E foi o que aconteceu. O Vitória atacando, mas com o grave erro de ter volume de jogo, ficar dentro do campo vascaíno. A questão era a crise criativa, que praticamente não deixou que esse domínio resultasse em chances claras, quanto mais em gols. E o Vasco se matando, com seus jogadores se defendendo como podiam, apertando a marcação, se jogando na direção da bola e entusiasmando os torcedores, encantados com a bravura de um grupo que, na adversidade, lembrou o Vasco raçudo dos anos 70.
Foto de Marcelo Sadio
No papel, o Vasco melhorou muito. No primeiro tempo, teve tabalho com o Vitória, mas mostrou boa movimentação no ataque, com Zé Roberto e Carlos Alberto (até a hora da infantilidade), Felipe foi bem até não ter mais fôlego e os laterais, Fagner e Max, jogaram muito bem. O time ainda não brilhou em campo, mas soma pontos e recuperou o apoio da arquibancada. Que deve comemorar, sim, os três pontos. Ganhar do Vitória é difícil à beça, esse clube baiano, vice da Copa do Brasil, ainda crescerá mais e tem tudo para subir na tabela. Mas ontem vacilou e perdeu a chance de voltar para Salvador com pelo menos um pontinho na bagagem.