Gilmar Ferreira: Vasco falha na defesa de Rafael Paiva
Perdido nas limitações de um elenco inacabado e mal remediado, o Vasco sofre com os revezes de um campeonato difícil. Mas o que surpreende não é a dificuldade do time diante de adversários mais estruturados. Assusta a incapacidade do clube de tratar a expectativa da torcida. Pois ainda que estivesse sob a gestão da conturbada 777, com o inepto Lúcio Barbosa na direção do futebol, o planejamento aprovado em 2022 falava em manutenção na Série A de 2023 e classificação a uma das Copas da Conmebol em 2024. Que é exatamente o que vemos hoje.
Neste sentido, portanto, a falta de amparo ao técnico Rafael Paiva, que, a baixo custo, salvará o Vasco de nova queda e o levará a uma das Copas, soa como erro crasso. A diretoria, que entre erros e acertos mantém o cruz-maltino dentro das metas traçadas, precisa dar-lhe mais proteção e confiança. Até porque o recorte da equipe nos tais 13 jogos com apenas duas vitórias é semelhante ao de Bahia e Cruzeiro, clubes que atuam no mesmo patamar desde a Serie B de 2022. O Cruzeiro fez 14 pontos em 39 possíveis, com três vitórias. O Vasco fez dez pontos, e o Bahia, oito, ambos com duas vitórias.
E se o recorte for nas nove últimas rodadas da Série A, o quadro não é muito diferente. O Cruzeiro fez seis pontos em 27, com uma só vitória. O Bahia, sete, com duas. E o Vasco, oito, também com duas. O Atlético-MG, que está no bolo, fez sete, com uma. Ou seja: todos abaixo de um ponto por partida. O cruz-maltino perdeu força ofensiva e consistência defensiva a partir das lesões de Adson e David. Para agravar, ficou sem opções de jogo pelo meio ao perder os jovens Estrela e JP, também machucados. E os contratados na janela de julho não engrenaram. Simples, não é mesmo?
O desajuste pode explicar até as seis derrotas dos últimos três meses — cinco para adversários do G6 e a outra para o Galo, pela Copa do Brasil. Quatro como visitante, uma em campo neutro para o Palmeiras e a de quinta-feira para o Internacional, em São Januário. Normalíssimo. Hoje, de crista baixa, o time encara em Itaquera o Corinthians de Ramón Díaz — oponente que viveu sua fase de seca entre julho e setembro, mas que construiu repertório ofensivo. É certo que o Vasco voltará a sofrer. E a culpa estará mais uma vez no técnico, e não nos incompetentes que não supriram as carências do elenco…
Fonte: Coluna Futebol Coisa & Tal/Gilmar Ferreira - ExtraMais lidas
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