Gilmar Ferreira fala sobre permanência de Vegetti: 'A cada dia mais incerta'
Avisei aqui neste espaço, mês passado, que seria bom para o Vasco chamar o argentino Vegetti, referência ofensiva do time há um ano e meio, para um acerto de contas. O atacante andava queixoso de promessas não cumpridas pela diretoria e, embora seu contrato só terminasse no fim de 2025, não custava sentar à mesa antes das férias e alinhar expectativas. Pois bem: Vegetti ainda está na Argentina e, pelo que já comunicou a amigos no Brasil, a continuidade no cruz-maltino é a cada dia mais incerta. Há conversas com representantes de clubes da MLS e do futebol árabe. Além do namoro de sempre com o River Plate. A multa para o exterior é de US$ 25 milhões (R$ 154 milhões). Vegetti está cético com a permanência no Rio.
É difícil imaginar que algum clube desembolse tal quantia por um jogador de 36 anos — o Vasco, pagou U$ 1,1 milhão (R$ 6,8 milhões pelo câmbio atual) ao Belgrado, da Argentina, em setembro de 2023. Mas a narrativa do artilheiro, desde o fim da temporada passada, é típica de quem não acredita mais em acordo com a diretoria. Como isso se dará, ainda não sei. Caberá ao presidente Pedrinho e a seu diretor Felipe Loureiro a missão de costurar os rasgos na relação. Vegetti recebe salário bruto de R$ 578 mil e cobra um reajuste prometido no meio de 2024. O cruz-maltino alega que há contrato em vigor, não se nega a rever as bases, mas não trata o caso com a urgência que o jogador deseja, aguçando o mercado.
Apesar da idade, Vegetti fez 23 gols e deu três assistências em 54 jogos do ano passado. Foi o artilheiro da Copa do Brasil, com sete gols em dez partidas. E fez 12 gols em 35 jogos do Brasileiro — nenhum de pênalti. Terminou em quarto na artilharia, atrás de Estevão (13), Alerrando e Yuri Alberto (15). Ou seja: com a lesão de Pedro, foi o melhor goleador do futebol carioca na competição. Um jogador com quem, por certo, Fábio Carille gostaria de contar. O técnico, que assume o Vasco após a conquista da Série B com o Santos, parece mais otimista do que qualquer torcedor. E se ele, acostumado a montar equipes competitivas, tem no olhar o viés do otimismo, é sinal de que terá peças de boa qualidade para gerenciar as expectativas do ano que se inicia. Vejamos então se o “pirata argentino” que ganhou o coração da torcida é parte disso.
Fonte: extra.globo