Gilmar Ferreira fala sobre o plano de carreira do Vasco para Rayan
Mal influenciados, alguns torcedores absorveram de forma equivocada a coluna “Futebol, Coisa e Tal” da última quarta-feira. Ela explicava as razões de mercado que hoje escoram o pensamento da diretoria do Vasco nas tratativas com os representantes e os pais de Rayan para extensão do contrato com o atacante por mais dois anos, até dezembro de 2028. Me vejo então no dever de voltar ao tema para não haver dúvidas. O artigo falava sobre o fato de os “grandes” clubes europeus não estarem investindo em brasileiros já profissionalizados (acima dos 18 anos), sem passagem pela seleção principal e sem um cartel de conquistas relevantes. Desta forma, a porta do futebol europeu acaba sendo aberta por clubes de segunda prateleira, que não costumam pagar cifras muito superiores a 20 milhões de euros (R$ 125 milhões) a jogadores neste estágio.
Fora isso, só chega ao topo do futebol europeu pela ação de um multiclube que lhe abra espaço em uma segunda marca; ou com investimento de clubes bancados por magnatas russos. É claro que há negociações fora da curva, como a venda de Vitor Roque do Athletico para o Barcelona, em 2023, por cerca de 40 milhões de euros. Ainda assim, o atacante já havia levado o Furacão à final da Libertadores de 2022, com 17 anos. E já figurava na seleção principal. Hoje, em função de investimentos mal-sucedidos como o do próprio Vitor Roque (Reinier seria outro bom exemplo), os Big Six se mostram cautelosos em assumir riscos. E por saber que Rayan é “joia valiosa”, a cúpula do futebol vascaíno trata com a família e os empresários do garoto a extensão do contrato, com valorização e aumento na multa rescisória.
O português Admar Lopes, titular da pasta, tenta mostrar que não vale a pena aceitar oferta de medianos clubes europeus na casa dos 20 milhões de euros — e fracionados em metas! E por que o Vasco aceitaria menos do que os 40 milhões fixados na multa rescisória? Porque o contrato se encerra em dezembro de 2026 e, depois disso, o jogador ficaria livre para deixar o clube sem custo. Daí a importância de um acordo entre as partes envolvidas no processo. Por isso, a cúpula vascaína tenta construir um plano de carreira, confiando em Rayan estar no próximo ciclo da seleção. A partir da convocação, somada a títulos conquistados com a camisa do Vasco, o craque estará em outro patamar. O mercado acompanha atentamente esta evolução.
Fonte: Blog Gilmar Ferreira - Extra- SuperVasco