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Gilmar Ferreira compara o Vasco de Pedrinho com o de Salgado e Campello

O clássico vencido pelo Flamengo na noite de sábado (15) não trouxe novidades: venceu, e com certo conforto, o melhor. Fez-se jus ao que chamo atenção desde a estreia do time dirigido por Filipe Luis. A superioridade técnica, qualitativa e quantitativa, deixa claro o protagonismo do time que na minha leitura é o virtual campeão da Taça GB pelo saldo de gols sobre o Volta Redonda (15 a 3), terceiro troféu erguido pelo técnico rubro-negro em quatro meses de trabalho.

Ainda que o Flamengo perca para o Maricá, no Maracanã, o time da Cidade do Aço terá de vencer o Boavista, em Saquarema, e tirar a diferença que hoje é de 12 gols.

O clássico que levou quase 45 mil espectadores ao Maracanã fala mais sobre o Vasco, o derrotado. E não apenas pela apatia do time de Fábio Carille nos 45 minutos iniciais. Grita nos ouvidos dos vascaínos a mediocridade dos dirigentes. Atordoa olhar para o horizonte e não enxergar sinais de mudança estrutural, liderada por gente que saiba produzir riqueza para um clube que tem quase 20 milhões de torcedores.

É inadmissível que um dos mais populares e vitoriosos clubes do país não consiga sustentar a própria grandeza. O Vasco se fez gigante da união de portugueses com brasileiros, de burgueses com proletários. Relação perdida na “Era Eurico Miranda”, que geriu o clube a sua maneira - e isso não vale mais a pena discutir. A partir daí, vieram a incompetência comercial e financeira, e a falta de entendimento político.

Tudo isso se refletiu em campo. A derrota de 2 a 0 para o Flamengo não foi determinada pelas opções questionáveis do treinador do Vasco - tampouco pelo acaso. A previsível vitória rubro-negra, na verdade, foi determinada por um conjunto de fatores que justificam o fato de o Vasco só ter vencido dois confrontos nos últimos 30 contra o rival.

Na essência, o Vasco do presidente Pedro Paulo é igual ao de Jorge Salgado, que não era diferente ao de Alexandre Campello. A diferença quem fez foram os americanos que, com 350 milhões de dólares, emprestaram ao clube o direito de sonhar com dias melhores.

Em resumo: enquanto a instituição estiver nas mãos dos craques do judiciário e de gente sem expressão no mercado corporativo, o futuro do Vasco estará cada vez mais dependente de juízes e desembargadores do que de jogadores que orgulhem seus torcedores… 

Fonte: X do jornalista Gilmar Ferreira - EXTRA