Gestão do Maracanã pode desafiar atual paz entre Vasco e Fluminense
A primeira decisão do Fluminense na Libertadores, contra Millonarios, da Colômbia, na briga por vaga na terceira fase, será em São Januário, estádio do Vasco. A Conmebol divulgou, na última terça-feira (21), as datas e os horários das partidas, e, sem o Maracanã, o Tricolor atuará na Colina em 1º de março, às 21h30 (horário de Brasília).
O compromisso é mais uma demonstração da aproximação entre as gestões de Fluminense e Vasco, após temporadas anteriores em que os clubes estiveram em "pé de guerra".
A decisão de utilizar o estádio, que já havia sido indicada pelo presidente Mário Bittencourt em live da FluTV na última segunda-feira, porém, não foi unanimidade na torcida do clube das Laranjeiras. E tampouco agradou a totalidade dos vascaínos.
"A tendência é que seja São Januário. Eu conversei com o presidente do Vasco. Estamos com essa questão do Maracanã. Obviamente não tomei essa decisão sozinho. Conversei com algumas pessoas de dentro, inclusive com atletas. Com pessoas da comissão técnica e funcionários nossos, que me recordaram que jogamos competições lá em anos que não tivemos o Maracanã", disse o mandatário tricolor.
De um lado, houve argumentos quanto à mobilidade, capacidade do estádio e, como não poderia deixar de ser, a rivalidade. Em redes sociais houve o questionamento do porquê a escolha não foi o Nilton Santos. Já do outro, além da rivalidade, foi citado um desgaste de um gramado que passará por reformas.
"Alheio" às arquibancadas, Bittencourt e Jorge Salgado, mandatário cruz-maltino, costuraram diálogos após relação conflituosa entre as gestões anteriores, de Pedro Abad e Alexandre Campello, respectivamente.
Esta, inclusive, não será a primeira vez que o time das Laranjeiras vai utilizar São Januário e já houve até mesmo polêmica quanto às bandeirinhas de escanteio.
Outrora, Fluminense e Vasco já protagonizaram uma rivalidade com diversos capítulos fora das quatro linhas. Um dos mais emblemáticos aconteceu na final da Taça Guanabara de 2019, quando houve briga nos bastidores pelo lado do Maracanã, o que gerou uma grande confusão (e memes).
O caso se deu por conta de uma briga entre os clubes pelo direito de a torcida usar o Setor Sul do Maracanã, ou o que ficou historicamente conhecido como a "arquibancada à direita das cabines de rádio". Mandante, o Vasco alegou que procurou Ferj e Maracanã e recebeu o aval para usar o lado direito e começou a venda de ingressos. O Flu salientou que tinha um contrato com o Maracanã e o então presidente Pedro Abad chegou a falar em "ir para a guerra".
Durante a madrugada, a Justiça, a pedido do Fluminense, determinou que a final fosse realizada com portões fechados. No dia do jogo, porém, o Vasco afirmou que cumpriria o regulamento e arcaria com uma possível multa, avisando que o jogo decorreria com torcida. Cruz-maltinos foram ao Maracanã, mas a liberação dos portões não aconteceu antes de o apito inicial, o que ocasionou toda a confusão. Os portões foram abertos quando o cronômetro marcava cerca de 30 minutos do primeiro tempo.
Gestão do Maracanã acabará com a paz?
Há um assunto que promete agitar os bastidores nos próximos meses e desafiar a atual paz entre os clubes: a gestão do Maracanã.
O Governo do Rio de Janeiro anunciou um novo processo de licitação e o Vasco já sinalizou que está interessado em também fazer parte da administração do estádio.
O presidente do Cruzmaltino, Jorge Salgado, já teve ao menos duas reuniões com o governador Cláudio Castro onde ratificou o desejo, algo que também já foi externado ao presidente do Flamengo, Rodolfo Landim.
Atualmente o Maracanã é administrado pela dupla Fla-Flu, mas o Vasco vê o estádio como um local estratégico para jogos com mais apelo de público, uma vez que São Januário, atualmente, tem uma capacidade de cerca de 20 mil pessoas.
Algo que pode ajudar o Vasco neste projeto é a necessidade que a licitação exige de ao menos 70 partidas por ano no Maracanã, o que é considerado "pesado" somente para o Tricolor e o Rubro-Negro.
Fonte: UOL EsporteMais lidas
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