GE faz análise do empate entre Vasco e RB Bragantino
O empate em 1 a 1 com o Bragantino não foi o resultado esperado e ampliou a já pior série sem vitórias de Ramon Menezes (quatro jogos), mas provou que é possível achar alternativas e qualificar o futebol apresentado pelo Vasco. Ao escalar Bruno Gomes e Juninho e manter Marcos Jr, o treinador deu ao meio-campo melhor posicionamento, mais dinamismo e força ofensiva.
Importante: o contexto era de impossibilidade de escalar Andrey e Benítez, atletas vetados por problemas físicos. Porém, ao sacar Fellipe Bastos, Ramon atacou um problema que se arrastava nos últimos jogos: espaços demais para o adversário e pouca contribuição ofensiva. Pena que na lateral direita Pikachu, com mais uma atuação abaixo do que pode apresentar, virou um problema.
Buscando recuperação da derrota para o Coritiba, na rodada anterior do Brasileirão, e da eliminação na Copa do Brasil diante do Botafogo, o Vasco tentou ser protagonista. Deixou de lado o insuportável calor das 11h no Rio e ocupou o campo ofensivo no início do jogo. Manteve a posse (58% em toda a partida) e pressionou a saída de bola adversária. Deu certo até a primeira metade do primeiro tempo, período no qual quase abriu o placar com Cano após ótima jogada de Juninho.
Aos poucos, o Bragantino se achou na partida. Se Arthur foi anulado pela ótima marcação de Henrique, Lucas Evangelista e Tubarão deram trabalho a Pikachu e Miranda, pelo lado direito - os dois vascaínos tiveram má atuação. O Vasco, aos poucos, não conseguiu mais entrar na área adversária, e Cano foi pouco acionado. Vejamos: das 10 finalizações do time de São Januário, apenas três foram de dentro da área.
Talles, em mais um gol anulado por impedimento, desperdiçou a outra chance criada, e o pior quase aconteceu antes do intervalo. Bruno Gomes foi infantil e cometeu pênalti ao interceptar bola com o braço. Sorte que Fernando Miguel, em ótima fase, defendeu cobrança de Alerrandro.
Logo no começo da etapa final, a base do Vasco resolveu - Ramon mandou a campo seis atletas formados em casa, ou seja, a maioria do time. Pela esquerda, Talles acionou Juninho, que cruzou para Vinícius só completar: 1 a 0. A vantagem não durou nem dois minutos.
Logo na saída de bola, sem que qualquer jogador do Vasco tocasse na bola, Tubarão passou facilmente por Pikachu, avançou e serviu na área Alerrandro, que fez o pivô para Lucas Evangelista igualar. Fernando Miguel ainda salvaria o Vasco - de novo - em lance cara a cara com o camisa 9 rival.
Ocorre que, ao tentar o segundo gol, o Vasco se expôs. Adiantou o time, o que fez reaparecer um problema que existe faz tempo, o espaço entre a linha defensiva e do meio. Algo que Fellipe Bastos não estava conseguindo fazer nas partidas anteriores. Apesar do mau início com pênalti cometido, Bruno Gomes melhorou o time nesse quesito, antes do cansaço geral na parte final do jogo.
A maior posse de bola se revelou infrutífera, sem chances criadas. Mais uma vez, Pikachu não funcionou entrando pelo meio, uma boa iniciativa no começo da gestão de Ramon. Cabe a pergunta: vale insistir? Isso porque, para explorar o lado direito, Henrique vira um terceiro zagueiro, não sobe e deixa de apoiar Talles, que acumula atuações irregulares. Não à toa, Ramon sacou Pikachu no segundo tempo e apostou em Cayo Tenório.
Ramon terá agora uma semana apenas de treinos. Depois, uma sequência de dois jogos fora do Rio: Atlético-MG, domingo, e Bahia, na quarta-feira. Tempo para fazer ajustes.
Fonte: ge