Futebol

Gaúcho conta como foi sua a chegada ao Rio e relembra Vascos x Flamengos ine

Um dos protagonistas da semifinal da Taça Rio contra o Flamengo e vivendo a esperança de vencer o maior rival e ser efetivado como treinador, Gaúcho, fala, em entrevista à Super Rádio Brasil, sobre como foi a sua chegada ao Rio de Janeiro, vindo de Porto Alegre:

\"O futebol está na minha vida desde que eu nasci. Eu sou filho de um ex-atleta. Eu sou gaúcho, mesmo, sou de Porto Alegre. Nasci no Rio Grande do Sul e tive o início da minha carreira no Grêmio, para onde eu fui com 10 anos de idade, para o mirim. No mirim do Grêmio eu fiquei até o infantil e com 15 anos, com 15 para 16 anos, o Tesourinha, que foi um jogador que jogou no Rio Grande do Sul, um dos maiores jogadores da história do Internacional, me tirou do Grêmio e me trouxe para o Vasco. Cheguei aqui no Vasco com 16 anos, 15 para 16 anos. 16 anos, no ano de 70. E aí, a minha carreira começou aqui.\"

Como foi a saída de Gaúcho do Sul do país?
\"Eu vim com o Tesourinha, vim fazer experiência. Na época eu tinha contrato de gaveta com o Internacional. O Internacional tinha me \"roubado\", que quer dizer, pegar um jogador. Eu fiquei oito meses sem poder jogar, fiquei parado lá no sul. Eu fiquei oito meses sem poder jogar. O Tesourinha entrou nessa negociação porque ele tinha jogado nos dois clubes. Ele foi um jogador fantástico, o Tesourinha. No Rio Grande do Sul, foi muito respeitado. Hoje é falecido. O Tesourinha pegou e me trouxe: \"Olha, eu tenho um clube, vou te levar. Vamos lá fazer uma experiência\". Aí eu vim fazer experiência no Vasco. No primeiro treino, o Célio de Souza, que era o técnico do juvenil do Vasco, me aprovou e eu joguei já em 70. No campeonato de 70, joguei no aspirante e no juvenil. Em 71, subi para a equipe principal, com 17 anos. Aí, foi o início da minha carreira.\"

Gaúcho já ouvia falar do clássico Vasco x Flamengo?
\"Era um jogo que eu me lembro bem. Meu pai era vascaíno e acompanhava o Vasco, porque meu pai jogou com o Tesourinha. Eles jogaram juntos no Internacional. O Tesourinha veio para o Vasco, meu pai começou a torcer para o Vasco. Nós acompanhávamos os jogos do Vasco. Tinha até um português que tinha um botequim perto da casa dos meus pais, e o nome do português era Vasco. Lá tinha bandeira do Vasco, as coisas todas do Vasco. Ali começou. Isso eu tinha 6, 7 anos de idade, comecei a ter aquela aproximação com o Vasco. E meu pai vascaíno... Meu é são-paulino também, porque ele esteve no São Paulo, jogou um período de três ou quatro meses no São Paulo. Então, eu acompanhava bem o Vasco no Rio e o São Paulo lá em São Paulo, por causa do meu pai. Coincidentemente, o Tesourinha voltou para o Sul e me trouxe para o Vasco. Cheguei aqui e graças a Deus, as coisas aconteceram. Joguei muitos anos no Vasco. Fui campeão juvenil, campeão brasileiro, bi-campeão da Taça Guanabara, esses títulos todos na década de 70. Fiquei aqui no Vasco durante doze anos e pouco, quase treze anos.\"

Gaúcho ainda lembra do primeiro Vasco x Flamengo?
\"Lembro. O primeiro jogo, eu joguei com 17 anos. Nós perdemos o jogo, 2 x 1. Foi em 1971. Jogavam no Flamengo jogadores como o Fio, jogava o Nei Oliveira, Paulo Henrique... Não, Paulo Henrique não jogou, jogava o Murilo, lateral direito, que ainda jogava. No meio de campo, tinha o Liminha, tinha o Rodrigues Neto. Da turma toda de juvenis do Vasco, eu, Paulinho, Pastoril, Fumanchu, eu fui o primeiro que joguei esse jogo. Joguei no lugar do Beneti. O Vasco tinha o Alcir, Beneti, Buglê. Nesse jogo, entrei no meio-campo, eu e Alcir. Eu joguei com a camisa 8, até. Foi a primeira vez que eu joguei contra o Flamengo. Eu tinha 17 anos, 1971, e foi 2 x 1 para o Flamengo.\"

Qual o Vasco x Flamengo que mais marcou Gaúcho?
\"Tem um em 76, que o Zico perdeu pênalti. Foi um jogo também muito disputado. Nós fomos para os pênaltis, na decisão da Taça Guanabara. Luís Augusto te bateu o pênalti, quando o Zico perdeu. Depois, o falecido Geraldo também perdeu. Roberto fez, empatou o jogo, que o Abel tinha perdido. Abel bateu o primeiro pro Vasco e perdeu. Não, primeiro, bateu um jogador do Flamengo, mas não me lembro se era o Júnior ou o Tadeu, um desses dois. Bateu, fez, e o Abel bateu, perdeu. Aí, o Flamengo bateu e fez. Eu fui o segundo do Vasco a bater. Eu bati e fiz. Dali, chegou numa situação em que se o Zico fizesse, acabava. O Zico perdeu, o Roberto bateu e empatou. O falecido Geraldo bateu e perdeu. Aí, o Luís Augusto bateu e fomos campeões da Taça Guanabara em 76. Esse é o jogo marcante. Depois, teve 77, também, que o Tita perdeu. Mas acho que o de 76 foi de uma vibração maior. Perdi aquele jogo, também, que estávamos jogando eu e o Abel, em 78, gol do Rondinelli de cabeça. Nós tínhamos o jogo controlado, o empate era do Vasco. Aí, aconteceu aquela bola em que o Zico bateu o escanteio e o Rondinelli fez o gol de cabeça. São jogos que eu não esqueço, que estão sempre na memória da gente.\"

Gaúcho opina sobre o que ele acha que mudou no futebol daquela época e sobre a perspectiva de ser efetivado.

Fonte: -