Gaúcho comenta sucessos de revelações da base
Jonathan, Rômulo, Allan, Carlinhos. O torcedor vascaíno tem que ir se acostumando com esses nomes. Depois de nove anos, o Vasco conquistou o Campeonato Estadual da categoria júnior e vários jogadores foram promovidos pelo técnico Paulo César Gusmão para o time profissional, inclusive com status de titular. Para entender a boa fase cruzmaltina, o site Justicadesportiva.com.br foi atrás de Gaúcho, que iniciou todo esse trabalho, para tentar desvendar os segredos do sucesso.
Em entrevista exclusiva, Gaúcho, que chegou a dirigir o time profissional no início da temporada, não se mostrou surpreso com os bons resultados e chega a comparar esta atual geração a duas outras vitoriosas do clube: a dos anos 70 e 90, que renderam títulos importantes para a história vascaína.
Site JD Como analisa esta promoção de vários jogadores campeões recentemente na categoria júnior para o profissional do Vasco?
Gaúcho Já fazia parte do planejamento esta promoção para a categoria profissional. Este grupo joga junto há dois anos, desde que cheguei ao Vasco para trabalhar com o Galdino. Fizemos ótimos campeonatos nesse período e agora o PC (Gusmão) está aproveitando alguns jogadores.
Site JD Com o Felipe retornando agora e vários jogadores oriundos das categorias de base, o que acha do Vasco ter no elenco tantos jogadores identificados com o clube?
Gaúcho Acho muito importante ter jogadores identificados com o clube. A história mostra, que não só no Brasil, mas em todo mundo, os grandes campeões têm sempre jogadores revelados na base.
Site JD Há nove anos, o Vasco não conquistava o Estadual de juniores. O que explica o fim desse jejum este ano?
Gaúcho O Roberto (Dinamite, presidente) me contratou para trabalhar na base junto com o Galdino, Márcio (ex-goleiro), Cássio e o Carlos Germano, que hoje está no profissional. Ter profissionais que conhecem o clube, que sabem das dificuldades e os caminhos para trilhar sucesso, é muito importante. Estamos juntos há dois anos e conquistando bons resultados nesse período, como o título do OPG no ano passado e o vice Estadual e agora o título.
Site JD Com a saída agora do Phillipe Coutinho, qual destes jogadores que subiram que você aponta como o substituto?
Gaúcho Não gosto de falar em nomes, todos que foram campeões agora têm condições de estarem no grupo principal do Vasco. O Vasco já teve duas grandes gerações em sua história. Uma que tinha Roberto, eu, Mazaropi, Alcir, entre outros, que conquistou o Brasileiro de 74. Teve outra também, que culminou com o tricampeonato carioca em 92, 93 e 94, que tinha jogadores como Jardel, Pimentel, Leandro Ávila, Alexandre Torres e outros. Essa geração atual é parecida com estas duas.
Site JD Como trabalhar a cabeça desses jogadores que estão subindo agora e já são comparados a craques do passado?
Gaúcho Não dá para fazer comparação entre um jogador e outro. O que falo sempre para os jogadores é que agora está abrindo o espaço e é preciso aproveitar as oportunidades. O interessante desse trabalho é que desde o início estamos preparando estes jogadores para quando eles chegarem ao profissional. É muito gratificante ver o trabalho sendo bem feito. Um exemplo disso é o Elivelton, um jogador que buscamos lá no União São João de Araras e agora, com menos de quatro meses, já chegou a uma seleção brasileira.
Site JD Como vocês, que trabalham nas categorias de base, lidam com o assédio do futebol europeu aos jogadores novos?
Gaúcho Hoje é difícil segurar o atleta no Brasil. O dinheiro lá de fora é muito forte. Então, os clubes têm que estar fazendo jogadores a toda hora. Não tem como competir com o mercado externo. Mas acho que o futebol brasileiro já está adaptado a isso, estamos sempre mandando jogadores para fora. Acho a formação dentro de um clube importante, mas não tem muito como segurar.
Site JD Como é trabalhar com uma comissão técnica totalmente vascaína?
Gaúcho Vou dirigir o time sub-23 no Campeonato Brasileiro, que vai ter em setembro, e estou muito feliz nesta função que estou fazendo agora. Acho que o Roberto acertou ao trazer ex- jogadores como o Acácio, Jorge Luiz e o próprio PC Gusmão de volta para o Vasco. Pois são todas pessoas identificadas e que querem somente ajudar o Vasco. O Roberto é a razão de tudo que fazemos no Vasco, pois ele sempre foi um líder dentro e fora de campo. Era o nosso capitão.
Site JD Pensa em voltar a ser técnico de um time profissional, como aconteceu no início do ano no próprio Vasco?
Gaúcho Vou ser muito sincero, acho muito difícil eu ir para outro clube brasileiro neste momento. Sou muito identificado com o Vasco e bastante feliz nesta função. O que pode acontecer é alguma coisa para o exterior. Mas estou focado neste momento em fazer um trabalho legal no Vasco e tenho certeza que coisas boas vão acontecer futuramente.