Gáucho, Abel e Roberto

Vasco-1977. Abel Braga, entre Orlando Lelé e Zanta. Dinamite agachado. Gaúcho era reserva

Roberto e Gaúcho sempre foram amigos. O presidente do Vasco assina Carlos Roberto de Oliveira. O atual treinador foi batizado Carlos Roberto Orrigo da Cunha. Começaram juntos em São Januário. Foram campeões brasileiros em 1974. E do Carioca, em 1977. A diferença é que Roberto era ídolo, artilheiro e destaque do time. Gaúcho era reserva, fazia poucos gols, mas tinha a facilidade de jogar em várias posições: começou como volante, experimentou a lateral-direita e terminou como zagueiro. São próximos. A relação de amizade é total. Há confiança nas duas pontas. Mas serão esses detalhes suficiente para bancar Gaúcho como técnico em definitivo do Vasco?


Vasco-1979: Gaúcho aparece ao lado de Emerson Leão. Dinamite agachado. Abel já saíra, em direção ao PSG

Ainda não, evidentemente. Roberto já teve o exemplo de Tita. Experimentou num momento delicado e não deu certo. Meses depois, por um conjunto de equívocos, o Vasco estava na Série B. O momento é diferente. O time já voltou à primeira divisão. Com todo respeito, o Campeonato Carioca não é fundamental para a vida de ninguém. Se ganhar, ótimo. O clube sai da fila. Se perder, não muda muita coisa. A hora de testar é essa. Vai que Gaúcho repita Jorginho no Palmeiras, Marcelo Rospide no Grêmio, Andrade no Flamengo? Por que não manter?

Vale testar, muito embora eu ainda não seja um otimista em relação a esse resultado. Ao mesmo tempo, não acho muito lógico escolher um treinador nesse momento da temporada e botá-lo para fazer mágica no Estadual e na Copa do Brasil. Se deu errado com Mancini, se não tiveram paciência e boa vontade com Mancini, que pelo menos permitam ao sucessor que comece um trabalho do zero. E esse momento é o Campeonato Brasileiro. E até lá, quem sabe Gaúcho não dê certo? E vai que Roberto Dinamite convence Abel Braga a voltar ao Brasil e à Colina?

Agora que me dei conta. Durante quatro anos (entre 1976 e 1979), Gaúcho foi reserva de Abelão. E, destino cruel, o antigo titular continua à frente. A diferença é que Gaúcho tem um Estadual para virar esse jogo. Conseguirá?